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Meu Blog Maternidade. Aqui vou registrando meu aprendizado do cotidiano de mãe. Minhas percepções, desafios, emoções, acontecimentos e sensações únicas da minha jornada maternal. Tenho duas filhas e um filho, três sementes, frutos, presentes AMOR
A Isa sempre me surpreende. Na última sexta-feira, pela segunda vez, a primeira tinha sido para Belo Horizonte, viajei sozinha com meus dois filhos pequenos. Eu, Isa, Arthur, uma mala e uma bolsa menor com banana, suco, fralda e coisas do tipo. Bom, primeiro preciso urgente providenciar uma mochila como a que meu irmão Paulo tem. Facilita muito quando temos que segurar uma criança no colo e outra na mão e dá um jeito com as bagagens. Na próxima aventura, como diz a Isa, a mochila de mochileiro já estará nas minhas costas.
Eu ouvir de uma mulher na rodoviária: “nossa dá muito trabalho viajar com duas crianças, eu não teria coragem, você tá indo sozinha?”. Pois é, eu tenho e embora eu concorde que não é fácil, acredito que há aprendizados tão mágicos para mãe e filhos cada vez que temos a coragem de pegar a estrada que valem todo esforço. Há lugares que tem o poder de recarregar nossas energias, alguns chamam de refúgio, eu prefiro chamar de laço. Meu laço mar tem lugar e cada vez que chego lá, sinto um abraço tão afetuoso do mar&montanha que abriga todo meu ser numa leve gratidão.
A Isa está próxima de completar 6 anos e já se vira bem. Minha menina até conseguiu ir sozinha ao banheiro do ônibus. Já o Arthur que tem 2 anos precisa de mais cuidados e ainda exige muito colo. Eu e Isa combinamos que da próxima vez iremos sozinhas. “Mãe, vamos viajar nós duas?” Sim, vamos combinar uma viagem das meninas das águas. E ela já até disse: deixa o Arthur com a Tia Coca. Está ficando esperta minha menina Isa.
Essa é uma frase que eu já disse e que já ouvi de outras mães. Realmente quando temos filhos pequenos que pedem colo, que precisam de banho e alimentação numa noite fria, em que você chega a sua casa depois de 1 dia de trabalho com febre, dor de garganta e cabeça e seu corpo inteiro pede banho e cama, exige um esforço maior.
A Isa argumenta com seu ar preocupado: mãe porque você ficou doente? Sim, ela tem certo pavor de febres, injeções e coisas do tipo. Para acalmá-la eu tento fazer o máximo para sorrir e digo: filha é só uma dor chata, mamãe vai tomar remédio e logo vai passar. A Isa diz: mamãe vai ter que ir ao médico? Eu digo: não, mamãe vai tomar remédio e vai sarar.
Depois de um suco para as crianças e um lanche simples, sem forças para fazer o jantar, eu tomo meu banho quente e deito. Enquanto o pai vai até a farmácia, a Isa brinca com o irmão e diz: Tutu mamãe tá dodói, não pula em cima dela e não faz muita bagunça. E os dois assistem ao Discovery no quarto ao lado. E nos intervalos ela vem até meu quarto para conferir se estou bem. Minha menina proximidade. Só esse cuidado já é uma força fenomenal para mamãe sarar ainda mais rápido.
Sabe aquele velho ditado de que você sabe o que é ser mãe quando é? Realmente refletimos muito sobre a importância de nossa mãe quando somos mãe. Minha mãe tem um processo de entrega profundo. Com os filhos e netos. Minha irmã também é uma mãe de pura entrega com os gêmeos. Sua dedicação é ímpar. Sua organização exemplar. Eu já sou mais desprendida com alguns fatores. Diz a filha de uma amiga minha: “nossa como você é zen”. Eu procuro não me estressar com determinadas coisas. Por exemplo, se eu não encontro o par da meia na hora de trocar o Arthur pra ele ir pra escola cedo, eu coloco meia trocada e ele vai assim mesmo. Meu tempo é raro e entre organizar as gavetas ou brincar com eles, ou até mesmo fazer o jantar, eu fico com as últimas opções.
Confesso que tem vezes que preferiria está bem sozinha, especialmente, quando estou em meu momento banho e eles ficam batendo na porta ou, como já aconteceu, saio do banheiro e encontro ela dormindo na frente da porta. Entre ternura e perplexidade eu vou seguindo minha jornada maternal. E me surpreendo com eles e comigo também. Há tantas diferenças e aprendizados em cada fase. Tem momentos de comunhão com todos eles gargalhando e brincando ao mesmo tempo, que experimento o mais precioso formato de felicidade. O que mais aprendo com meus filhos é a bênção do desapego. Em instantes o choro, em outros sorrisos. Com os três observo que a mudança é o que mais permanece na jornada da vida. Com isso tenho praticado minha filosofia de que MENOS é MAIS e MAIS é MENOS em diferentes aspectos.
Sei que sou falha em algumas situações. Eu me perdoo e procuro melhorar no passo seguinte. Certa vez eu ouvi: não sei como você teve filhos, parece que não tem muito estilo para maternidade. Eu respondi com meu sorriso e fiquei pensando quanta generosidade há na diversidade de cada mãe. Essa multiplicidade do ser mãe nos permite enxergar que há muitas possibilidades de ensinar e aprender. Como tenho aversão a rótulos, esse modo de caracterizar mãe assim ou assado me aborrece. Realmente eu não me enquadro em nenhum padrão. Como todas as mães, eu sou única.
Minhas crias, singulares por essência
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