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Meu Blog Maternidade. Aqui vou registrando meu aprendizado do cotidiano de mãe. Minhas percepções, desafios, emoções, acontecimentos e sensações únicas da minha jornada maternal. Tenho duas filhas e um filho, três sementes, frutos, presentes AMOR
Cada pessoa é única. Esse diferencial é sagrado. Quando temos filhos acompanhamos de perto essa marca da diversidade no cotidiano e, claro, observamos também as semelhanças. Traços físicos, por exemplo, como o formato das mãos e pés. O modo como cada um caminha pela vida os diferenciam, a forma como cada filho lida com as situações também é distinta. Até o jeito de acordar difere. Isa acorda cedo, sorrindo. Arthur acorda dengoso, chorando, salvo raras exceções. Já a Bruna acorda querendo não levantar, sua cama tem certa magia.
A Isa faz muita amizade, é querida da sua turma da escola, embora tenha certa timidez em algumas ocasiões. Tem suas chatices também e quem a conquista ganha seu coração por toda vida, o contrário também. Seu abraço é especial, uma onda de carinho. Menina das águas que navega no mar da sensibilidade.
Bruna tem humor para rir com seus raros amigos e conserva algum silêncio e distância quando não se sente segura. Ela tem uma beleza especial que vai além, coisa de quem tem Vênus expansiva em sua essência e sede de aprendizado. Tão enigmática como sua Lua, raízes e asas.
Arthur já é espontâneo, autêntico, conversa com todos, abraça com leveza, tem humor refinado para sorrir com abundância (embora acorde “enjoado” é momentâneo), passa das lágrimas para gargalhadas em instantes, sua energia é vibrante para brincar e encantar. É mesmo menino Fogo!
Tão intenso perceber meus traços neles e saber que cada um tem um pouco dessa mistura que somos. É uma costura colorida como a colcha de retalhos de minha infância, tão lindos quanto o céu enluarado do sertão, tão imensos como a vastidão do mar, tão férteis como os campos de girassóis e tão infinitos como o AMOR.
Não lidamos muito bem com a morte, embora ela seja constante em nossa jornada. Esse perene ciclo vida-morte-vida é uma presença cotidiana em vários aspectos. Quando paramos para observar com mais atenção enxergamos melhor essa dinâmica em variadas pequenas mortes que acontecem no trajeto da vida.
Esta semana o “Vô Toni” morreu e explicar para as crianças não é tarefa fácil. Como a Isa teve contato com a morte de perto ano passado quando seu amigo de sala faleceu, ao receber a notícia no último domingo, ela ficou pensativa. E logo respondeu: "mãe de dia ele vai virar anjo e de noite estrela assim como o Carlos?” Na época que seu amigo morreu eu disse a ela que viramos pó brilhante e subimos ao céu para formar estrela. O anjo de dia já é coisa de sua imaginação. Depois ele questiona. Mãe, nunca mais vamos ver o Vô Toni? E o Arthur respondeu: “Isa vamos sim, é só olhar o céu a noite”
Penso que Guimarães Rosa ouviu as crianças ao eternizar que “as pessoas não morrem, ficam encantadas”
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