Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Meu Blog Maternidade. Aqui vou registrando meu aprendizado do cotidiano de mãe. Minhas percepções, desafios, emoções, acontecimentos e sensações únicas da minha jornada maternal. Tenho duas filhas e um filho, três sementes, frutos, presentes AMOR
Somos laços entrelaçados na teia da vida. Tantos laços diferentes e cada um com seu retrato singular. Ontem tive a alegria de abraçar meu irmão Paulo e sentir a energia do seu sorriso expansivo. No final do dia levei seus sobrinhos, Isa e Arthur, para encontrá-lo. Ao chegar à escola, eu disse a Isa que tinha uma pessoa que estava na casa da vó. Ela já ficou com os olhos saltitantes: quem é mãe? Respondi: adivinha, ele brinca muito com você e canta uma música: “ela é a ciganinha, dona do meu coração”. Ela deu um salto e disse: tio Paulo! E faz cambalhota. Preciso contar pra ele que aprendi a fazer cambalhota sozinha já.
Ao chegar lá o Arthur já pulou no colo do tio e a Isa já foi abraçando, mostrando a cambalhota que aprendeu. Os dois sobrinhos compartilhando o colo e a felicidade do encontro com o tio. O limão virou bola, risos, abraços, sintonia de amor, alegria infantil. Criança é mestre na arte de amar.
Não tinha a câmera ontem para registrar, a cena me fez lembrar a imagem de 5 meses antes, na casa dos bisavós, no sertão pernambucano. Imagens semelhantes, cenários distintos, amor crescente.
A morte marca presença todos os dias em nossa vida em diferentes processos. Nem sempre nos damos conta disso embrenhados que estamos em nossas atividades cotidianas. No entanto, a morte é uma forma de nos fazer acordar e valorizar o que chamamos de especial na vida. Esta semana, um colega de sala da minha Isa faleceu de um modo tão inesperado, no dia do feriado da cidade, em sua casa. No dia seguinte soubemos da notícia e toda família Raio de Luz ficou entristecida com a ausência do pequeno aluno. A professora e todos os colegas de sala irão sentir falta do Carlos. E como criança faz falta.
Como responder as questões das crianças sobre a morte? Com seu olhar questionador, seu semblante pensativo, a Isa começa sua série:
- Mãe, o Carlos vem amanhã pra escola?
- Não filha, ele não vem mais.
- Ele virou anjo mãe?
- Sim, meu amor, ele virou anjo.
- Mãe porque morre?
- Filha, tudo nasce, cresce e morre. Alguns mais tardes, outros mais cedo.
- Mãe com quantos anos eu vou morrer?
- Não sei filha, não sabemos o dia que vamos morrer.
- Mãe eu vou morrer primeiro que você?
- Não filha. Você vai viver bastante até a mamãe ficar velinha.
- Mãe mais como eu vou viver sem você? Quero ficar sempre pertinho de você.
- Filha, vamos estar próximas pra todo sempre.
- Mãe, até quando você virar anjo e eu também?
- Sim, até a eternidade.
- Mãe, eu não estou vendo o Carlos lá no céu. Onde anjo mora?
- É que é longe, depois das nuvens e não conseguimos enxergar.
- Mãe anjo é invisível? E a sabatina continua todo o trajeto até a escola ...
Anjos são estrelas. E anjos crianças brilham ainda mais intensamente no céu.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.