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Meu Blog Maternidade. Aqui vou registrando meu aprendizado do cotidiano de mãe. Minhas percepções, desafios, emoções, acontecimentos e sensações únicas da minha jornada maternal. Tenho duas filhas e um filho, três sementes, frutos, presentes AMOR
Sim, eu fui, ou melhor, nós fomos. Cheguei á casa da minha irmã e ela já me esperava linda, banhada, cheirosa, com um sorriso de expectativa enorme, daqueles que enternecem nossos corações. De mãos dadas, caminhando pelas calçadas, perguntei se ela queria cantar um pouco pra ir ensaiando até a escola: “não mãe, quero fazer surpresa”.
Ela se lembrou das amoras que recentemente colhíamos neste caminho: “mãe só ano que vem tem amora de novo né?”.
Sim filha, no inverno. Final de julho, agosto, lembra?
“É mãe, é nesse tempo”
Sim filha, tudo tem um tempo.
“Ah mãe, tenho novidade, vi o pai e irmã da Isabela visitando minha escola. Tomara que ela estude lá ano que vem. Ah e acho que o irmão dela já nasceu”
Que bom filha, mais uma companhia. Sim, o bebê deve ter nascido.
“Vamos lá visitar?”
Em breve, ele acabou de chegar, deixa a mãe descansar e ele se integrar no novo espaço pra programarmos a vista tá bom?
“Sim, ela fica dolorida como você ficou quando o Arthur nasceu?”
E de repente o assunto mudou.
“Mãe estamos atrasadas?”
Olho a hora. E digo, fique tranquila, chegaremos no horário, ainda faltam 13 minutos.
Ela apressa o passo e eu também. E continua a falar das atividades da escola, do amigo chocolate da próxima semana, das amigas que brincam juntas no recreio, e penso como é bom andar proseando com a filha...e então chegamos e ela abre aquele sorriso ao ver outros colegas da sala chegando também.
O canto, a coreografia, o som do conjunto das vozes das crianças, a alegria das famílias, professoras, dos policiais e todos os participantes, as mensagens que tocam nosso coração e o que fica é um sentimento enorme de gratidão e a certeza de que compromisso, participação e amor, são elementos interligados nesse enredo da vida. E, para finalizar, recebo aquele abraço quando termina o evento e seu elogio: “mãe fiquei orgulhosa que você falou”
A Isa é muito dedicada com seus compromissos escolares. Amanhã tem evento do PROERD e ela fica ensaiando no banho, nas brincadeiras com suas bonecas e fica lembrando o horário: “mãe é quinta-feira às 10:00, você vai né?” Sim, eu vou Isa. Essa pergunta dela me vez lembrar um episódio da escola do pré da minha filha primogênita que hoje tem 21 anos. Fui à festa em comemoração ao Dia das Mães na escola e sai de lá com o coração despedaçado com o choro de uma menina pela ausência de sua mãe. Lembro que a professora tentava consolá-la dizendo que a mãe não tinha conseguido liberação no trabalho, no entanto, estava ali em pensamento e coração e que ela a amava muito. Olhei os olhos da Bruna brilhando ao me ver e as lágrimas da pequena menina ao fundo. E sabe aquele nó na garganta que nasce e te sufoca? Fui ao banheiro e comecei a chorar mesmo antes da apresentação.
A maternidade tem muitos desafios e conciliar as atividades não é tarefa fácil. No entanto, penso que falta sensibilidade em muitas empresas para compreender a necessidade das mães em estar presente na vida dos seus filhos em determinados momentos. Isso aconteceu há 17 anos e fico pensando em como essa cena pode estar se repetindo na vida de muitas crianças. Lembro também de ter ouvido de uma gerente de uma empresa que trabalhei quando me perguntou por determinada funcionária e eu respondi que tinha ido ao médico para consulta de pré-natal: “na gravidez já falta, imagine quando a criança nascer, é difícil”. É realmente difícil lidar com o turbilhão de acontecimentos da jornada maternal, exigem muito de nós mulheres como se fôssemos mulheres maravilhas, eu não tenho esse “super poder” para dar conta de tudo e penso que muitas mães também não. Querem que sejamos perfeitas e não somos. Vamos aprendendo com as diferentes situações. Só que compromisso escolar dos meus filhos é prioridade no meu calendário.
Já até ouvi em reunião escolar: “pra você é mais fácil porque trabalha por conta”. Foi uma escolha que fiz e assumo a dor e delícia de empreender e ter o privilégio da flexibilidade na minha agenda. É preciso responsabilidade, força e tantos outros elementos tangíveis e intangíveis para tocar empresa, família, casa e procurar tempo para, de vez em quando, curtir uma atividade só minha como caminhar, ler e ir ao teatro, o que, aliás, já planejei para primeira quinta-feira do mês 12/2015. Compromisso da Isa, compromisso da mãe, uma associação que faz muita diferença na sua vida. Amanhã às 10:00 estarei lá na plateia para assistir minha Isa e sua turma.
Isa na festa cultural da escola. Apresentando a Gibiteca Turma da Mônica de sua turma
É assim que chamo meus filhos. Sou mãe de 2 meninas e 1 menino. Tudo bem que a primeira primogênita já é uma mulher, mas, sempre será aquela menina de olhar profundo e sorriso aberto que adorava dormir no meu colo. Aliás, dormir é quase sinônimo dela. Ela é aquela aventureira que adora viajar e que sente saudade do cheiro do café da mãe. Tem raízes e asas entrelaçadas, é enigmática por essência. A segunda, a planejada, a do meio, é minha menina das águas, ágil, inteligente, ama com intensidade, ela tem uma sensibilidade aflorada, tem gosto por miudezas e uma proximidade tão ampla com quem toca seu coração que, ao mesmo tempo em que impressiona por tamanho amor, assusta quando por segundos pensamos em certas ausências e mudanças que farão, inevitavelmente, parte da sua caminhada. O terceiro é o menino mais alegre que eu tenha notícia, com energia vital que contagia, seu olhar brilha como fogo de luz, por onde passa vai deixando sua estrela cativante inundar os ambientes, e tem o cafuné mais carinhoso do mundo. Ele veio para sacudir meu cotidiano e fazer com que eu arranque forças do além. Cada um com sua beleza, seu ritmo e seus passos. Que eu possa ter a graça de continuar acompanhando com muita alegria e aprendizado essa jornada maternal.
Minha tríade sagrada
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