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Sobre semelhanças, diferenças, desafios e partilhas maternais

por Ivone Neto, em 12.03.22

Já escrevi aqui sobre os desafios da maternidade com base nas minhas experiências. E observo também a caminhada de outras mães. Há muitas similaridades e também muitas diferenças, pontuando que cada uma de nós vai tecendo sua história de modo único. Quando falo em semelhanças é diferente de comparação. Aliás, tenho horror às comparações carregadas de rótulos e julgamentos. Quando rotulamos restringimos a visão, quando respeitamos e nos abrimos para novas percepções somos capazes de avançar na compreensão do outro, com mais empatia e amor.

Situações semelhantes como, por exemplo, o primeiro dia do filho na creche, os primeiros dentes, a primeira formatura, as espinhas, as primeiras paqueras, passeios com amigos...Sentimentos semelhantes como culpa, medo, dúvidas, alegrias, admiração...são semelhantes sim, no entanto, nosso sentir e ação diante deles são diferenciais. O modo como eu sinto ou reajo pode ser o oposto ao de outra mãe em um mesmo acontecimento. E não quer dizer que estou certa e ela errada. Somos humanas distintas. E todas nós vamos errando, ensinando e aprendendo, num ciclo contínuo.

Sou mãe de três e em cada fase fui amadurecendo. Fui mãe cedo, aos 19 anos. Quando a Isa nasceu eu tinha 33 e o Arthur eu já tinha 37 anos. São ciclos com transformações permanentes. A mãe da Bruna não foi a mesma da Isa nem é a do Arthur e eu sou a Mãe da tríade nessa metamorfose de mudanças. Ainda hoje quando me perguntam algumas coisas sobre cólicas e outras assuntos corriqueiros eu não sei responder. Gente tem coisas que parecem foram apagadas da minha memória. Algumas estão bem vivas como o cheiro deles, a canção de ninar dos três, o jeito de mamar. Agora se me perguntarem qual remédio para cólica ou o que fazer quando está nascendo os dentes, não vou saber responder, vou recorrer a minha farmacêutica de confiança. Quando é sobre outras pautas e o que não faltam são assuntos para as mães, eu partilho minha vivência, enfatizando que não quer dizer que é o certo e que cada uma vai aprendendo no dia a dia.

Trocar experiências com outras Mães é enriquecedor. Esses dias falando sobre o cansaço de trabalhar, amamentar a noite e os demais etcs do nosso cotidiano, eu relatei que quando o meu caçula tinha 9 meses, um dia eu estava tão exausta que estava lavando a louça do jantar e as lágrimas escorria quentes em meu rosto e meu marido assustado perguntou o que estava acontecendo: “estou cansada. Chorando de cansaço.” Esse diálogo sobre o cansaço despertou outras memórias, como o processo de desmamar o Arthur. Na sequência da crise de pranto eu tive dois desmaios em uma mesma semana e vi que estava na hora de mudar, de desmamar para ter uma noite de sono reparadora. E foi o que fiz.

É preciso aceitar o seu cansaço, ouvir seu corpo, isso de ser a Mulher Maravilha que consegue dar conta de tudo é um padrão que querem nos impor. Agora estou numa outra fase, meu caçula logo completará 10 anos, meus cabelos brancos pipocam, os sinais da menopausa já acenam, preciso priorizar a saúde, os cuidados com minha qualidade de vida. Minha sensível Isa já é uma adolescente, minha primogênita já é mãe da Peaches e Damian. Sim, eu sou Avó e a nova estação já está repleta de desafios que exigem novas mudanças. Nessa caminhada sigo dialogando com as mães e agradecendo as nossas semelhanças e diferenciais nessa pluralidade que é Ser Mãe.

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meu caçula menino Arthur, energia do afeto

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minha primogênita Bruna, a enigmática Mãe dos meus netos Peaches e DamianIMG-20220206-WA0012.jpg

Minha Menina Isa, o elo sensível

publicado às 15:23

dor, personagens e amor no roteiro do tratamento

por Ivone Neto, em 01.03.22

O tratamento do neuroma no pé da Isabelly está em curso. Nessa trajetória muitas andanças e personagens. Tudo começou em agosto/2021 com uma dor e um pouco de inchaço no pé direito. Foi nesse mês a primeira ida ao Pronto Socorro, passamos no ortopedista, ele examinou o pé, não viu nenhum indício de fratura e passou antibiótico por 7 dias, já que segundo ele parecia mais uma infecção.

O tempo correu e em setembro o mesmo pé voltou a doer a ponto de ela ter dificuldade para colocar o pé no chão. De novo fomos ao hospital, fizeram raio-x e nada de fratura. Informei ao médico de que ela havia ido há cerca de 1 mês atrás com o mesmo sintoma e que já tinha tomado antibiótico por 7 dias, ele acrescentou exame de sangue e disse que novamente parecia uma infecção que poderia não ter sarado com o primeiro remédio e saímos de lá com mais uma receita com antibiótico para 10 dias e ela foi medicada no prazo indicado.

Outubro chegou e não deu 20 dias do término do antibiótico e novamente o pé voltou a doer e ficou roxo. A Isabelly chegou da escola e me ligou falando que não estava conseguindo andar com a dor no pé. Eu liguei no telefone de marcação de consultas do convênio e pedi para a atendente conseguir uma consulta com o ortopedista naquele dia, em qualquer unidade, na capital, em Osasco, Carapicuíba, Cotia ou Barueri. Expliquei que era o terceiro mês consecutivo que ela apresentava o mesmo sintoma e que eu não iria mais ao Pronto Socorro. Eu conseguiu um encaixe às 18:40 em Carapicuíba. Chegando lá expliquei ao médico o que estava acontecendo e depois de examinar o pé da Isabelly ele disse que o melhor seria fazer uma ressonância para identificar o que estava causando a dor. Saí de lá agradecida pelo encaminhamento correto.

Ressonância realizada dia 29/10/21, consulta em novembro já com o resultado do exame que nos mostrou tratar-se de um neuroma no pé direito. Encaminhamento para avaliação cirúrgica. Início de dezembro e chegar ao Tatuapé em um dia de caos no trânsito de São Paulo não foi fácil. Uber, trem e metrô lotados e mais alguns passos chegamos ofegantes ao local da consulta. Atendimento do Dr. Lucas e mais um encaminhamento para um tratamento com Fisiatra, eletroterapia e fisioterapia, uma alternativa para tentar evitar a cirurgia. No retorno para casa pausa para o pão na chapa, tradição paulista que amamos.

Estamos nesse processo até agora, 1 vez por mês no Fisiatra e 1 vez por semana na eletroterapia e fisioterapia. Tivemos uma pausa entre final de janeiro e meados de fevereiro no tratamento em função do aumento de casos de Covid. Em 18/02 retornamos e seguimos na jornada. Nesse roteiro, Santo Amaro e Santa Cecília, Uber, trem, táxi, metrô, livrarias, médicos, fisioterapeutas, atendentes, porteiros, ruas, igreja, prédios, janelas e descobertas pela capital. No meio desse caminho, consultas, exames e a cirurgia do olho da Isabelly, os vestidos no camelô na calçada da Santa Casa, os cafés nas padarias e a descoberta de que ver vai além de enxergar por conta do entrelaçamento de outra história.

Seguimos no processo, faltam duas sessões na Santa Cecília e no dia 23/03 teremos reavaliação do médico no Tatuapé. Nesses meses tenho observado com admiração a força da minha filha Isabelly, sua sensibilidade, seu sorriso aflorar mesmo diante da dor e do cansaço. A Mãe aqui segura na mão da Isa e seguimos juntas para vencer esse desafio. A agenda de março já está programada.

Que a Trindade Sagrada nos ilumine e que Santa Cecília nos acompanhe.

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no trilho da estação, no roteiro dos passos

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janelas que curam

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sinalização do caminho e fomos encontrando sinais na jornada

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os passos na rua e bairro familiar

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no meio da jornada pausa na livraria, paraíso para uma leitora apaixonada

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os trilhos de mais uma etapa

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seguindo o passo a passo

publicado às 18:23


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