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O tempo da mãe

por Ivone Neto, em 08.04.23

Em março, mês do Sol em meu signo, não consegui escrever em meu Blog Maternal. E olha que o mês foi longo e intenso. Já estou em um novo ciclo e ainda que desfolhada nesse inicio do outono, com tantas reflexões pipocando pelos poros sensoriais, pelos sonhos que afloram passagens de outrora me convocando a revisitar acontecimentos que talvez eu precise ressiginificar ... o cotidiano caminha, com as atividades rotineiras e outras que surgem. Imprevisto na agenda de mãe é recorrente e muitas vezes no plural.  E o tempo da mãe?

Sim, sentimos falta do nosso tempo. E precisamos dele. E quero registrar aqui que eu consegui reservar um tempo em março para participar de um encontro que amo e me esforçarei para ampliar essa participação. Clube de livros, um espaço para partilha da fertilidade que o livro é capaz de cultivar. E que precioso foi o “clubão” com a Tatiana Lazzarotto sobre seu ímpar Quando as Árvores Morrem. O evento aconteceu na Martins Fontes da Paulista, no mezanino cercado de livros, sorrisos, vinho, lágrimas, brigadeiro, falas e sensações que seguem palpitando. Sobre luto, vida, morte, memórias e o que se torna eterno. Leiam!

Na calçada em frente à livraria, embaixo da árvore que lá resiste, eu fiquei contemplando as luzes da Paulista e me agradecendo por ter me permitido esse momento. Demorei-me ali instantes sagrados de um abraço enquanto meus olhos marejados passeavam pela paisagem. Meus passos rumaram para casa com o coração repleto de gratidão. O céu da noite tinha estrelas longínquas que minha visão turva ainda enxergava. Tenho esse hábito de janelas, as de carros, metrô, ônibus, consultórios, casa e onde quer que eu tenha a sorte de encontrá-las.

Mãe precisa de sua janela de tempo. Por mais que tenhamos tantas demandas dos cuidados maternais e tantos outros, precisamos nos cuidar também. Um encontro com nossa companhia, para ouvir uma música, ler um livro, ver um filme, escrever, cuidar das plantas...ou um café com amigas, um clube de livro, aquilo que você curte. Isso nos faz falta sim. Esse distanciamento daquilo que apreciamos nos prejudica. E isso não nos fará menos Mãe. Por mais difícil que seja ter uma rede de apoio, eu prometi que a partir desse giro do Sol em meu calendário é chegada também a hora de me reencontrar.

tempodamae.jpg
Sábado, manhã de outono, eu escrevi ouvindo canções que amo. Meu tempo.

publicado às 12:24


2 comentários

De Amanda Paz a 24.05.2023 às 17:38

Oh! amiga. Que texto mais necessário. Eu, que achei que aqui no interior a vida poderia ser vivida num ritmo mais desacelerado, vejo-me correndo que nem cachorro atrás do próprio rabo. Acho que ser mulher, mãe, trabalhadora é igualmente desafiador em qualquer canto. De fato, se não nos esforçarmos para, como cantou o Gil, "aprender a só ser", a gente dificilmente conseguirá sair desse rodamoinho que é a nossa rotina. Queria estar aí com você, para "só sermos".

De Ivone Neto a 25.05.2023 às 18:26

oi amiga sim...equilibrar nosso tempo é um desafio em qualquer canto

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