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Meu Blog Maternidade. Aqui vou registrando meu aprendizado do cotidiano de mãe. Minhas percepções, desafios, emoções, acontecimentos e sensações únicas da minha jornada maternal. Tenho duas filhas e um filho, três sementes, frutos, presentes AMOR
Quarta-feira. Ela acordou às 5:00. Antes das 6:00 já estava em seu trabalho, sempre desempenhando suas funções imprimindo seu melhor. Nunca ouvi minha mãe reclamar do trabalho. Saiu às 14:00, passou rápido em casa e seguiu para outra cidade para buscar o neto. Dois ônibus, mais de 2 horas para chegar ao destino. Chegou ao ponto final e não o encontrou. Eu tentei comunicação com alguém da família sem sucesso. Ela foi perguntando aqui e ali para ver se conseguia localizar a casa, chegou à creche e já estava fechada. Novamente indagou a alguém na rua sobre o possível local, só sabia o bairro, não tem nome de rua. Rodou por mais algumas ruas e chegou a uma igreja. Já cansada, me ligando para ver se eu tinha conseguido algum contato. Nada. Ela não queria voltar para trás sem o neto. Passou uma senhora e ela perguntou novamente e eis que era uma vizinha da outra avó. Sim, acredito em mensageiros divinos. Deus nunca desampara quem tem fé. E ela conseguiu chegar. O Gu já estava melhor (ele estava vomitando por isso não conseguiu ir encontra-la no ponto final do ônibus). Já era 18:30 quando eles enfim, foram para o ponto de ônibus para voltar para Osasco. Chovia e sei que ela estava exausta. Chegaram em casa perto das 21:00. E sei que minha mãe dormiu como anjo.
Tenho uma mãe sensacional, como diz meu irmão Paulo. Aprecio esse adjetivo “sensacional”. Talvez seja porque, além de tocante, tudo que é ilimitado tem conexão com o que eu sinto como sensacional. É, penso que sentir seja a palavra certa para dizer o que significa. É aquilo que não tem explicação logica, é puro sentimento.
Minha mãe é grandiosa em revelar nas suas ações retratos do mais puro AMOR. Oração em forma de atitudes. Ter heróis vivos em nossa trajetória é mesmo inspirador. Minha mãe é uma heroína.
Não lidamos muito bem com a morte, embora ela seja constante em nossa jornada. Esse perene ciclo vida-morte-vida é uma presença cotidiana em vários aspectos. Quando paramos para observar com mais atenção enxergamos melhor essa dinâmica em variadas pequenas mortes que acontecem no trajeto da vida.
Esta semana o “Vô Toni” morreu e explicar para as crianças não é tarefa fácil. Como a Isa teve contato com a morte de perto ano passado quando seu amigo de sala faleceu, ao receber a notícia no último domingo, ela ficou pensativa. E logo respondeu: "mãe de dia ele vai virar anjo e de noite estrela assim como o Carlos?” Na época que seu amigo morreu eu disse a ela que viramos pó brilhante e subimos ao céu para formar estrela. O anjo de dia já é coisa de sua imaginação. Depois ele questiona. Mãe, nunca mais vamos ver o Vô Toni? E o Arthur respondeu: “Isa vamos sim, é só olhar o céu a noite”
Penso que Guimarães Rosa ouviu as crianças ao eternizar que “as pessoas não morrem, ficam encantadas”
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