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Jovem avó

por Ivone Neto, em 21.02.25

Daqui 2 semanas completarei 50 anos. Eita tempo ligeiro. Quando digo que sou avó algumas pessoas se espantam. “Já? Nem parece.” Entendo como elogio e agradeço. Os cabelos brancos pipocam aqui e a menopausa dá os sinais e estou pronta para o novo ciclo. E sim sou avó da tríade da minha primogênita. Eles moram no outro continente e a saudade lateja todos os instantes. Eu amo ser avó de Peaches, Damian e Alise. Preciosa, Alegria e Menina Luz. Todos da Lua Crescente.

Estive presente no nascimento da Alise que tem 2 meses. Foram 40 dias de muito afeto aquecendo o inverno nevado. Estar longe é dolorido sim, mas é tão incrível nossa sintonia cultivada no tempo que estamos juntos. Ser avó me trouxe uma sensação de continuidade, coisa de gente doida, já me disseram. Sim, sou maluca de nascença. Os tataranetos da minha Vozinha que mês que vem completará 100 anos, que ela teve a alegria de conhecer em vida.

Conexão que vai entrelaçando gerações, lugares e personagens, no movimento migratório. Do sertão ao mar enlaçando origens e voos, chegadas e partidas. Pernambuco, São Paulo, Osasco, Estados Unidos. Sim meus netos são americanos. Na roça de vozinha é a Estrela Dalva, lá nasce a Polar. Na distância continental o céu nos aproxima nas preces, no vento que sopra saudade e nas vivas memórias afetivas.

Aprendi a ser casa mesmo estando na estrada, com as Marias avós e mãe. Eu sou muito grata pela presença das avós em minha vida. Madrinha e avó paterna que já fez sua passagem e que tanto amor me ensinou. Pequena grandiosa Cotinha. Vozinha, a Maria que todos chamam de Joaninha, a matriarca dos Netos, nosso sobrenome vem dela que está pronta para celebrar 1 século. Mulher fortaleza de fibra e fé. Minha mãe, a filha mais velha, é uma avó generosa que espalha dedicação na sua simplicidade.

Eu sou a filha e neta mais velha, assim como Bruna, primeira filha, neta e bisneta. Assim como Peaches, filha, neta, bisneta e tataraneta. Somos gente que ama e nossa proximidade é sagrada. Somos abençoadas e agradeço a Deus por esse laço de sangue e amor. Que eu tenha muita saúde para acompanhar o crescimento da minha tríade de filhos e netos e partilhar momentos que se tornam eternos na lembrança. Sou orgulhosamente uma jovem avó. 20250221_152828.jpgMinha tríade de netos. Quanta bênção. Gratidão Deus!

publicado às 18:30

O voo da menina

por Ivone Neto, em 25.08.23

Mais cedo do que imaginei, o quarto ficou vazio. Espantou-me a coragem dela, no auge dos seus 14 anos decidir de maneira tão determinada essa mudança. Em nenhum instante ela hesitou durante esse processo de preparação. O desejo que palpitou em seu coração foi ganhando forma e força. A intensidade de cada passo até o dia da partida. Teve despedidas pontuais, orações e abraços. E dia 20/06/23 embarcamos para a jornada divisor de águas, dessas que marcam vidas. Ela completou 15 anos no seu novo quarto, abraçando a oportunidade que escolheu.

Desde 2022 eu a observava avançar em seu objetivo a cada aula de inglês, com o melhor professor do mundo, nas conversas com os professores de sua antiga escola. Sua dedicação nas aulas de inglês prossegue e logo o ano letivo Norte começará. Ela também está tendo aulas de música com um sensacional professor indicado por pessoas especiais. Dessas conexões presentes da vida. Que bênção poder contar com personagens que fazem diferença e tanto nos auxiliam nas conquistas da intensa agenda Sul e Norte.

Seu quarto está vazio e repleto ao mesmo tempo. Contemplo o mapa na parede, os livros da sua estante que ainda não foram enviados, as roupas, o perfume na escrivaninha, os cristais, as canetas e outros elementos que sorriem na sua ausência revelando que sua marca é atemporal. Suas almofadas e pelúcias tem seu cheiro exalando a sensibilidade de quem toca os espaços com uma refinada graça.

Olho para a Nossa Senhora que abençoa a porta do seu antigo quarto e sei que a Mãe Santíssima te acompanha. Abro seu guarda-roupa, que já foi da sua irmã primogênita, para que o vento que sopra da janela circule pelas gavetas e todos os guardados. Sento-me na poltrona abraçada com seu agasalho de Salem e posso sentir a potência da ancestralidade que nos enlaça. A reza da Mãe, da avó e bisavó e de outras que nem conhecemos, vive nessa comunhão da fé e do sentir. Distância e proximidade estão aqui nesse vento que canta saudade e consolida a minha certeza de que a construção de um sonho tem a força do amor.

Agradeço pela acolhida na casa da sua irmã e do Eric, pela alegria dos seus sobrinhos Peaches e Damian com tua presença. Fecho os olhos e sou tocada pela brisa que sopra do mar e passeia pelo jardim e quintal da casa, estou aí nas janelas, no banco, nas plantas, no aroma do alho fritando no azeite e na oração de todos os instantes. Faço morada nos passos na caminhada da praia, na pedra da vovó sentar e rezar ouvindo o canto das ondas. Nessa música da imaginação, lembro das cores do outono que logo chegará por aí e da Primavera por aqui.

Vamos florescendo nos ciclos das estações. Seguirei sendo ninho que incentiva voos. Como sempre disse para a Bruna, nossa proximidade é elementar, é assim também com a Isabelly e Arthur. Minhas preciosas meninas e menino, a estrada é longa, sabemos. Nela a saudade latejará lá e cá, retratando a imensidão do nosso laço. Cada etapa alcançada será precedida por outras e nesse enredo tem adversidades e conquistas. Cultivem a perseverança, a alegria e a fé. Somos alimentadas pela energia sagrada do amor que transcende fronteiras.

Voe Isabelly. É tempo de transmutar e você já é protagonista da sua constelação.

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publicado às 20:21

As crianças e a quarentena

por Ivone Neto, em 05.04.20

É difícil o confinamento para as crianças. Tão afetuosos que são, adoram companhia, brincar ao ar livre e estar junto dos amigos. Sempre perguntam quando poderão ver aquele ou aquela amiga, que dia vão passear e quando as aulas voltarão, os churrascos, os passeios...

Isa sente muita falta da escola, da sala de aula, do barulho do intervalo, das brincadeiras, das explicações dos professores e de toda rotina escolar. Ela tem conseguido acompanhar as aulas virtuais. Não aprecia esse formato. Sente falta da interação. E até chora quando começa a falar das aulas.

Arthur não consegue acompanhar a aula virtual, prender a atenção dele é complicado. Como ele fica integral e isso é cansativo, a saudade que ele sente são de aulas pontuais como a de educação física, de música e de brincar com os amigos. Tenho feito com ele as atividades dos livros indicadas pela plataforma.

Cheio de energia, Arthur sente muita falta de jogar futebol, andar de bicicleta e poder brincar com os amigos vizinhos. Isa já sente ausência de receber as amigas aqui em casa e de ir passear com elas. Esse período de isolamento revela também o quanto é importante a presença e reforça, até pela dolorida saudade, os laços da família e amigos que eles sentem falta.

“Brincar sozinha não tem muita graça.”
“Que saudade da escola mãe”
“Que dia vou ver meu amigo?”
“Quando vou poder sair de casa?”

Frases que ainda não temos resposta. Não tem data definida. Só fazer nossa parte e esperar que o resultado do distanciamento seja positivo para diminuir o número de infectados. E que Deus nos abençoe nessa travessia. Amém!

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os primos juntos na casa da tia Lane

 

publicado às 16:30

Fim semana em casa

por Ivone Neto, em 22.08.16

“Buda eu não sai de casa, só fiquei de pijama e tomando remédio”. O áudio da Isa falando com a Bruna resumiu o roteiro do final de semana em casa. Felizmente com bons jogos e decisões olímpicas pra assistir, torcer com eles é divertido. Isa brincando com casinhas, bonecas, no sofá. Sono da tarde, sim Arthur dormiu sábado e domingo depois do almoço. Leitura, desenhos, banhos, cuidados, comida e para finalizar bolo chocolate no final de domingo.

Já são 2 fins de semana em casa. Tem bebê pequeno na área e é tempo de cuidados extras. Aliás, há tempo para tudo e há dias de recolhimento que são necessários. Quem tem filhos pequenos sabe bem disso. Sim, nasceu o Guilherme e ainda não fomos lá conhecer. Com Arthur tossindo e Isa com infecção, não podemos arriscar. É logo que a alegria dos churras voltará e o Gui já vai entrar no clima. Sinto que meu marido, depois de 2 finais de semana sem bebemorar, está entediado. Realmente a presença amiga faz muita falta.


Termina logo inverno, vem brisa primavera!

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publicado às 13:26

Feriadão com as crianças

por Ivone Neto, em 10.02.16

A Isa recebeu os amigos em casa no carnaval. E como ela adora a companhia amizade. Minha menina das águas é também muito carinhosa com quem cativa seu coração. Ela compartilha brincadeiras no parque, no quintal, no seu quarto, na piscina. E Arthur, o menor, também entra na folia. Corre daqui, corre dali, pulos, gargalhadas, imaginação, diversão, detalhes de horas infantis que observo com o coração cheio de gratidão.

E o feriado terminou assim, com lembranças de dias quentes, risadas, água, churras, rede, família, amigos e a sensação de que o movimento da vida, sempre, por todo sempre, é um presente para aprendermos com as vivências do cotidiano.

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publicado às 18:42

Os molares, a praia, a casa

por Ivone Neto, em 24.02.10

É muito difícil ver uma filha sem apetite. É a dor dos molares, a febre, a diarréia. Tudo ao mesmo tempo. Uma soma que deixa a criança irritada, dengosa, sem comer. Uma fase delicada que exige muito carinho e paciência. E, é exatamente isso, apenas uma fase efêmera. É só rasgar esses molares e aos poucos o apetite volta e toda sua influência vai embora.

E ela aprendeu a dizer quer e não. Quer suco: não. Quer papa: não. Tudo é não. Só água, só água. Também com o calor só mesmo os líquidos para refrescar e hidratar. Ela cresceu, mas emagreceu. Mas, agradeço muito pela sua saúde. É tão cheia de energia que é mesmo difícil segurar alguma caloria no seu corpo de menina das águas.


E agora ela aprendeu a pedir para ir para praia. É apaixonada pelo mar onde a abundância do seu elemento é ampla e se movimenta no ritmo das ondas da vida. Fico encantada com sua concentração assistindo Caillou. É um desenho que ela adora. Toda sua atenção está ali. E isso nos ensina a colocar toda nossa atenção e energia para expressar em cada atividade nosso melhor. A infância é mesmo carregada de ensinamentos valiosos. A criança é uma bênção.
Ela ama sua casa. Gosta do seu canto, do seu espaço. Quando saímos para passear ela também gosta, porém, não aprecia ficar muito tempo longe. Logo fala “casa, casa”. E quando nos aproximamos da rua ela abre um sorriso e diz: casa da Isa. Nosso lar é mesmo um lugar sagrado.

publicado às 23:26


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