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Meu Blog Maternidade. Aqui vou registrando meu aprendizado do cotidiano de mãe. Minhas percepções, desafios, emoções, acontecimentos e sensações únicas da minha jornada maternal. Tenho duas filhas e um filho, três sementes, frutos, presentes AMOR
Esses dias ouvi: “Quero um dia ser uma mãe desapegada como você.” Talvez eu nem seja tanto assim porque também escuto o oposto: “admiro como você é uma mãe dedicada para seus três filhos, eu não daria conta.” Diria que eu danço entre os extremos e busco um equilíbrio que inexiste na totalidade na jornada maternal. Somos uma Mãe em construção e as mudanças dos nossos ciclos e dos filhos são permanentes.
A primeira frase em resposta as viagens sozinhas dos filhos. A Elo foi esses dias para Aracaju, o caçula foi em julho e irá novamente mês que vem passar férias no sertão pernambucano, a primogênita mora no outro continente e eu viajarei em breve para o nascimento da baby menina, que completará sua tríade, igual a mãe aqui. Sou mãe e avó da dupla tríade, como diz o Galvão: haja coração! Os sacrifícios, demandas, alegrias, dores e amores dessa caminhada maternidade são desafiantes.
A segunda frase sobre minha ida para amparar minha primogênita. A sequência da conversa, como eu consigo conviver com essa saudade da filha e netos, como eu vou aguentar ficar longe dos outros dois durante esse tempo...respostas que não tenho e que vou desenhar no decorrer dos dias vindouros...um olhar lacrimejante junto das palavras amigas me abraçou. Tão bom se sentir tocada por quem te compreende. Eu vou tentando dar conta, eu sangro, eu choro, eu dou muita risada e mergulho no afeto.
Tem muita cobrança de todos os lados sobre a maternidade. Isso é certo, isso é errado, tem que fazer dessa forma, tem que dar atenção a tudo, ser a Mãe Maravilha impossível, escola, alimentação, brincadeiras, passeios e várias receitas prontas que não cabem na vida das mães, podem até orientar, mas cada fase é vivenciada de modo diferente, porque somos singulares embora semelhantes em algumas circunstâncias. Teu jeito e teu colo são únicos, o colo de minha mãe é um, da tia outro, do irmão e irmã, da avó outro ...
Não há características para definir tudo. Ainda que muitas palavras sirvam para nomear isso ou aquilo, nem a soma de várias será capaz de equacionar a dimensão da maternidade. Tenho aversão a rótulos. Eles querem enquadrar tudo em um formato. Padronizar o que não tem como se encaixar em tabelas rígidas. A elasticidade da maternidade é infinita e cada mãe vai enfrentando e aprendendo com os desafios. O que realmente necessitamos é mais respeito, acolhimento e empatia.
Onde encontro apoio? Na partilha com outras mães. Nesse espaço de troca que fortalece essa árdua e incrível estrada. Hoje mesmo é um dia para praticar uma vivência com mães amigas, num encontro despedida que vai me aquecer com o amor sul global para levar na bagagem para o inverno do Norte que me espera. Estou pronta para essa nova travessia? Não. Tenho a coragem para ser ponte e embarcarei inspirada por Coríntios 13:13: “Estas três coisas continuam para sempre: fé, esperança e amor. E o maior deles é o amor."
benção dos colos, das mães, tia e avós
Adolescente e pré adolescente, uma com 16, outro com 12 anos. As amizades da escola, as efêmeras, as perenes, o aprendizado e os desafios das relações, dos filhos, dos pais, das turmas diferentes. Começa a fase das baladas, dos encontros, das afinidades próximas, dos que se distanciam, é um tal de um dorme na casa de um, outra na casa da outra e, de repente, o silêncio reina na casa.
Sexta e sábado, dose dupla por aqui. Festa de 15 anos, baladas do Halloween. A Isa com sua amiga. O Arthur com o amigo. E o papo dos pais que se reuniram discorrendo sobre o novo cenário. Deu saudade de vê-los reunidos como outrora. Uma melancolia no ar. Uma espécie de luto aflorado pela transformação. Sim, o luto não é apenas pela morte, ele também acontece por diversas situações como rompimentos, mudança de lugar, término de ciclos.
Arthur, por exemplo, teve recentemente a despedida de um amigo da sala que mudou de cidade. Foi triste e bonito observar sua dor que retratou o afeto dos laços criados no espaço estudantil. Ensinar que as mudanças serão permanentes não é tarefa fácil, mas é uma oportunidade também para aprendermos juntos. Me fez refletir sobre como a distância territorial é dolorida, porém não apaga as verdadeiras amizades. Há uma proximidade que palpita na saudade.
A Isa, embora mais introspectiva e madura, tem se tornado mais sociável. Vê-la evoluindo é gratificante. Seletiva por natureza, de sensibilidade aguçada, confio que seus filtros intuitivos são relevantes para criar conexões nutritivas. Ela que já enfrentou tantas adversidades, vai se fortalecendo e ampliando seu aprendizado com as vivências de cada estação. Acredito muito na sua potencialidade, ela é dessas que enxerga além em múltiplos sentidos. É raridade.
A despedida da infância é uma passagem de rito que causa um turbilhão de acontecimentos e emoções. A adolescência é um período de transição para a vida adulta carregado de descobertas, algumas agradáveis, outras nem tanto. É um processo árduo que exige muita paciência, flexibilidade e resiliência para ir vencendo as adversidades. Medo, coragem, sorriso, lágrima, preocupação, liberdade, confiança, escolhas, orientações e muitas experiências para tentar nomear. O ninho vazio, o ninho cheio, o colo, o abraço, as pausas, a chegada, a partida, o recomeço, o retorno, a ida...
Eu, uma mãe na pré menopausa com filhos adolescentes tenho chances de endoidar. Se bem que maluca já sou. O jeito é enfrentar essa missão e pedir muita saúde e força a Deus para acompanhar. Eu que já sou avó fico pensando em como minha primogênita vai lidar com a fase adolescente dos netos, no futuro que logo chegará. As conversas com outras mães nos dão uma noção da dimensão dessa batalha árdua e aprendiz. Partilhar nossas dores e amores é uma forma de nos apoiarmos. Embora cada uma tenha seu diferencial, nos encontramos em similaridades que nos aproximam e fortalecem.
Bora caminhar, ainda que em certos momentos cambaleantes, nessa travessia!
ter o aval de uma foto com eles é desafiante
A travessia de ciclos acontece em diferentes estações de nossas vidas. Não somos ensinadas e nem ensinamos isso aos nossos filhos, e aqui falo da minha experiência e de pessoas próximas. Acredito que essa lição aconteça em outras famílias e amizades. Tenho refletido sobre variadas questões e essa é uma delas. Os términos causam dores, não é tarefa fácil encarar os sentimentos que eles despertam, porém é uma oportunidade para exercitar a coragem de assumir nossas escolhas.
Esse mês Arthur escolheu encerrar sua participação na escola de futebol que frequentou por 6 anos. Eu fiz questão de irmos juntos até lá para conversar com os professores, explicando para meu menino caçula a importância da consideração pelas pessoas e da valorização dos laços que construímos. Mesmo diante da dor da despedida, temos que registrar nossa gratidão pelo tempo de aprendizado e pela dedicação que tiveram conosco durante a jornada de 6 anos. É uma lição que espero ele tenha assimilado para fazer dela uma prática, afinal, a vida é cíclica e chegadas e partidas estarão sempre presentes.
A maternidade é repleta de desafios e apesar da consciência de que tenho muitas falhas, procuro seguir melhorando e ensinando aos meus filhos a relevância do respeito e do afeto como valores fundamentais nas relações. Costumo ouvir que “ninguém faz isso”, não precisa se importar com as pessoas dessa forma. EU não sou os outros, EU sou assim porque sentir é o que mais importa na minha existência. E seguirei fazendo aquilo que toca meu coração.
Registro aqui novamente, minha gratidão a toda equipe do Bem Bolado Cotia, especialmente, aos professores Luiz e Henrique. Parabéns pelo amor ao ofício. Continuem incentivando os valores do esporte na vida de todos.
Gratidão pelo afeto, aprendizado, gratidão. Que Deus abençoe nossos caminhos
Já escrevi no meu Blog Maternidade sobre o tempo da mãe, relatando sobre o encontro do Clube de Leitura que participei na Martins Fontes na Paulista. A corrida agenda maternal acaba por nos afastar de nós mesmas, em diferentes ciclos. No puerpério então, muitas de nós passamos por momentos de extrema solidão. À medida que os filhos crescem, acabamos priorizando a rotina de atividades das crianças. Ainda assim, iniciar esse processo de resgatar o nosso tempo é prioritário também.
Como nos colocar como prioridade? Com quem ficar os filhos para uma saída com amigas? Conseguir esse espaço para um café ou qualquer outra atividade é um desafio. Quando nos reunimos com outras mães para partilhar experiências, observo algumas semelhanças mesmo diante das diferenças do contexto de cada família. E se tem um aspecto que todas abordam com frequência é o quanto esses encontros são importantes. Muitas falam da emoção de sentir-se acolhida nesses momentos de troca.
Para muitas mães ter uma rede de apoio é apenas um sonho longínquo. Conheço algumas que tem e tantas outras que não. Já ouvi até que nossa “obrigação” é mesmo ficar em casa cuidando do lar e das necessidades das crianças: “quando eles crescerem, aí sim pode voltar a sair.” Reflita sobre o tanto que essa fala retrata. Sofremos pressão de todos os lados que nos afligem com culpas e cobranças. Desdobramo-nos em várias para tentar dar conta de tudo e não nos incluímos nesse roteiro. Até adoecermos pelo excesso. Quantas de nós gritam exaustão pelos poros?
Ando refletindo muito sobre o peso que carregamos. Falo no plural porque tenho amigas, cada uma com seu diferencial, caminhando nessa estrada árdua e aprendiz que é a maternidade e seus entrelaçamentos. Ser escuta me ensina tanto. Às vezes, nada precisamos dizer e no silêncio nos compreendemos. Em outras damos sim vozes aos nossos anseios, dores e relatos, compartilhando nossas vivências, respeitando nossas singularidades.
Contar com pessoas nas quais confiamos e comungamos afeto é uma bênção. Na maturidade vamos refinando as relações e se uma certeza, das poucas que tenho, é de que os meus laços afetivos são raros e sagrados. Gratidão Meninas pela noite de ontem, pelo vinho, risos, lágrimas, escuta, histórias, abraços e tantas sensações que não há palavras capazes de descrever. E sim, eu vou cada vez mais priorizar o tempo da proximidade dessa Mãe Maria.
E sim eu bebi o vinho e apreciei! Até a próxima taça!
Iniciando a caminhada na maturidade do vinho
Já escrevi aqui sobre os desafios da maternidade com base nas minhas experiências. E observo também a caminhada de outras mães. Há muitas similaridades e também muitas diferenças, pontuando que cada uma de nós vai tecendo sua história de modo único. Quando falo em semelhanças é diferente de comparação. Aliás, tenho horror às comparações carregadas de rótulos e julgamentos. Quando rotulamos restringimos a visão, quando respeitamos e nos abrimos para novas percepções somos capazes de avançar na compreensão do outro, com mais empatia e amor.
Situações semelhantes como, por exemplo, o primeiro dia do filho na creche, os primeiros dentes, a primeira formatura, as espinhas, as primeiras paqueras, passeios com amigos...Sentimentos semelhantes como culpa, medo, dúvidas, alegrias, admiração...são semelhantes sim, no entanto, nosso sentir e ação diante deles são diferenciais. O modo como eu sinto ou reajo pode ser o oposto ao de outra mãe em um mesmo acontecimento. E não quer dizer que estou certa e ela errada. Somos humanas distintas. E todas nós vamos errando, ensinando e aprendendo, num ciclo contínuo.
Sou mãe de três e em cada fase fui amadurecendo. Fui mãe cedo, aos 19 anos. Quando a Isa nasceu eu tinha 33 e o Arthur eu já tinha 37 anos. São ciclos com transformações permanentes. A mãe da Bruna não foi a mesma da Isa nem é a do Arthur e eu sou a Mãe da tríade nessa metamorfose de mudanças. Ainda hoje quando me perguntam algumas coisas sobre cólicas e outras assuntos corriqueiros eu não sei responder. Gente tem coisas que parecem foram apagadas da minha memória. Algumas estão bem vivas como o cheiro deles, a canção de ninar dos três, o jeito de mamar. Agora se me perguntarem qual remédio para cólica ou o que fazer quando está nascendo os dentes, não vou saber responder, vou recorrer a minha farmacêutica de confiança. Quando é sobre outras pautas e o que não faltam são assuntos para as mães, eu partilho minha vivência, enfatizando que não quer dizer que é o certo e que cada uma vai aprendendo no dia a dia.
Trocar experiências com outras Mães é enriquecedor. Esses dias falando sobre o cansaço de trabalhar, amamentar a noite e os demais etcs do nosso cotidiano, eu relatei que quando o meu caçula tinha 9 meses, um dia eu estava tão exausta que estava lavando a louça do jantar e as lágrimas escorria quentes em meu rosto e meu marido assustado perguntou o que estava acontecendo: “estou cansada. Chorando de cansaço.” Esse diálogo sobre o cansaço despertou outras memórias, como o processo de desmamar o Arthur. Na sequência da crise de pranto eu tive dois desmaios em uma mesma semana e vi que estava na hora de mudar, de desmamar para ter uma noite de sono reparadora. E foi o que fiz.
É preciso aceitar o seu cansaço, ouvir seu corpo, isso de ser a Mulher Maravilha que consegue dar conta de tudo é um padrão que querem nos impor. Agora estou numa outra fase, meu caçula logo completará 10 anos, meus cabelos brancos pipocam, os sinais da menopausa já acenam, preciso priorizar a saúde, os cuidados com minha qualidade de vida. Minha sensível Isa já é uma adolescente, minha primogênita já é mãe da Peaches e Damian. Sim, eu sou Avó e a nova estação já está repleta de desafios que exigem novas mudanças. Nessa caminhada sigo dialogando com as mães e agradecendo as nossas semelhanças e diferenciais nessa pluralidade que é Ser Mãe.
meu caçula menino Arthur, energia do afeto
minha primogênita Bruna, a enigmática Mãe dos meus netos Peaches e Damian
Minha Menina Isa, o elo sensível
Elas crescem e me ensinam que os ciclos são perenes.
Minha Bruna que registra em seu Blog passagens do seu coração.
Minha Isa, criança que nos ilumina.
Meus tesouros sagrados. Minhas sementes e frutos.
Minha menina Terra
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