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Meu Blog Maternidade. Aqui vou registrando meu aprendizado do cotidiano de mãe. Minhas percepções, desafios, emoções, acontecimentos e sensações únicas da minha jornada maternal. Tenho duas filhas e um filho, três sementes, frutos, presentes AMOR
Hoje durante a reunião bimestral, ouvindo as mães e professores conversando, fiquei refletindo sobre as aflições e alegrias maternais no espaço escolar. A caminhada é árdua em variados contextos. A escola é um corpo vivo formado pelos professores e toda equipe, pelos alunos e a comunidade. Há erros e acertos de todos os lados e conciliar essa relação exige muita flexibilidade e respeito. Para além da pauta do dia, das notas, boletins, reclamações, elogios e comunicados, meu olhar segue atento a outros reflexos desse encontro bimestral.
A presença das mães é MAIORIA. Hoje mesmo, nos andares que circulei, já que tenho 2 filhos em anos diferentes, não cruzei com nenhum pai. Infelizmente isso é recorrente. Meu pai nunca foi a nenhuma reunião escolar nossa. O pai dos meus filhos também não. É um retrato de um dos quesitos da carga dos ombros maternais. Será que é apenas obrigação da mãe acompanhar a educação dos filhos? A ausência paterna na reunião escolar denuncia muitas outras. Lembrei que certa vez, em uma das reuniões escolares, um pai estava presente e sua fala cuidadosa chamou atenção de todas as mães. Foi nítido a energia de admiração com sua colocação coerente. Não deveria ser raro assim.
A escola é um lugar de fala e escuta, de conflitos e conquistas, de amizades e formação. É uma multiplicação de saberes e etapas marcante na vida de muitos estudantes. A cada reunião encaro com esperança o papel da educação, ainda que enxergando no sistema muitas falhas, é uma potencialidade na formação de cidadãos. O aprendizado não se limita ao conteúdo pedagógico. São muitos fatores interligados no ambiente estudantil. Ensinar e aprender são verbos conectados nessa rede que envolve muitos atores. O papel de cada personagem é fundamental para seguir vencendo os desafios de cada ano letivo.
Eu poderia elencar outras observações afloradas na reunião escolar, tem muitas linhas e entrelinhas nesse enredo, capaz de render muitas pautas, para futuras publicações. Quero apenas enfatizar a importância de evitar comparações e rótulos, valorizar a diversidade e priorizar sempre uma abordagem respeitosa e empática na condução das atividades e relacionamentos. Para concluir, deixo aqui registrado minha admiração aos professores e colaboradores do Colégio Dom Henrique pela dedicação. Já são 10 anos que eu participo dessa caminhada. Tem muita estrada pela frente para seguir expandindo o universo aprendiz.
Em um dos jogos interclasse, de um dos anos DH
Em março, mês do Sol em meu signo, não consegui escrever em meu Blog Maternal. E olha que o mês foi longo e intenso. Já estou em um novo ciclo e ainda que desfolhada nesse inicio do outono, com tantas reflexões pipocando pelos poros sensoriais, pelos sonhos que afloram passagens de outrora me convocando a revisitar acontecimentos que talvez eu precise ressiginificar ... o cotidiano caminha, com as atividades rotineiras e outras que surgem. Imprevisto na agenda de mãe é recorrente e muitas vezes no plural. E o tempo da mãe?
Sim, sentimos falta do nosso tempo. E precisamos dele. E quero registrar aqui que eu consegui reservar um tempo em março para participar de um encontro que amo e me esforçarei para ampliar essa participação. Clube de livros, um espaço para partilha da fertilidade que o livro é capaz de cultivar. E que precioso foi o “clubão” com a Tatiana Lazzarotto sobre seu ímpar Quando as Árvores Morrem. O evento aconteceu na Martins Fontes da Paulista, no mezanino cercado de livros, sorrisos, vinho, lágrimas, brigadeiro, falas e sensações que seguem palpitando. Sobre luto, vida, morte, memórias e o que se torna eterno. Leiam!
Na calçada em frente à livraria, embaixo da árvore que lá resiste, eu fiquei contemplando as luzes da Paulista e me agradecendo por ter me permitido esse momento. Demorei-me ali instantes sagrados de um abraço enquanto meus olhos marejados passeavam pela paisagem. Meus passos rumaram para casa com o coração repleto de gratidão. O céu da noite tinha estrelas longínquas que minha visão turva ainda enxergava. Tenho esse hábito de janelas, as de carros, metrô, ônibus, consultórios, casa e onde quer que eu tenha a sorte de encontrá-las.
Mãe precisa de sua janela de tempo. Por mais que tenhamos tantas demandas dos cuidados maternais e tantos outros, precisamos nos cuidar também. Um encontro com nossa companhia, para ouvir uma música, ler um livro, ver um filme, escrever, cuidar das plantas...ou um café com amigas, um clube de livro, aquilo que você curte. Isso nos faz falta sim. Esse distanciamento daquilo que apreciamos nos prejudica. E isso não nos fará menos Mãe. Por mais difícil que seja ter uma rede de apoio, eu prometi que a partir desse giro do Sol em meu calendário é chegada também a hora de me reencontrar.
Sábado, manhã de outono, eu escrevi ouvindo canções que amo. Meu tempo.
A folga do meu irmão Henrique é todo domingo. Esse é o dia que ele fica com o João, seu filho. João é de março, Arthur de abril. 4 anos. Um das Águas, outro do Fogo. E penso que nem preciso dizer de quem é o menino do segundo elemento. Eles adoram brincar juntos.
Ontem, deixei o Arthur cedo na casa de mãe, ele ficou lá esperando a chegada do João e do tio Hique. Eles almoçaram a deliciosa comida da vó Fátima. Foram passear com o tio Hique. Brincaram muito, tomaram sorvete e eu fui encontrá-los depois do almoço na companhia do Gui e minha amiga-vizinha. O som do Rock contagiou mais ainda a diversão. Água, sorvete, sujeira, palhaçada, dança, livraria, caminhada para casa. João não gosta de despedida, o Uber chegou e ele não queria deixar o primo pintando sozinho no sofá. Arthur tomou banho e mergulhou no sono profundo. Acordou procurando o João e o Gui. Sonhava com os momentos recentes.
Faltou o Gui na foto. Essas imagens foram clicadas pelo meu irmão Henrique antes de chegarmos. Não dá nem tempo clicar os três brincando, correndo, só mesmo observar e curtir. E, claro tirar as pedras do ouvido do Arthur kkk
Ela já vinha pedindo há dias pro Gustavo ir passar o dia lá em casa. Trouxe o telefone da mãe dele, fiz contato e marcamos finalmente o tão esperado sábado. Ela passou a semana inteira contando os dias pro sábado chegar. Acordou cedo como de costume e ficou de olho no relógio. Com um pequeno atraso eles chegaram e ela ficou radiante de tanta felicidade.
Como é gracioso observar a refinada amizade dos dois nas brincadeiras, risadas e conversas. A alegria do encontro do dia ficará marcada na memoria coração. A Isa cultiva seus laços amigos com muito carinho. Desde o dia que ouvi: “Mãe esse ano não tenho melhor amiga na sala e sim melhor amigo. O Gu é especial.” Já senti que essa amizade é preciosa. Eu respondi: Você também é muito ESPECIAL.
Minha menina das águas, com sua profundidade emotiva, quem cativa seu coração, ganha amizade e amor por todo sempre!
Somos laços entrelaçados na teia da vida. Tantos laços diferentes e cada um com seu retrato singular. Ontem tive a alegria de abraçar meu irmão Paulo e sentir a energia do seu sorriso expansivo. No final do dia levei seus sobrinhos, Isa e Arthur, para encontrá-lo. Ao chegar à escola, eu disse a Isa que tinha uma pessoa que estava na casa da vó. Ela já ficou com os olhos saltitantes: quem é mãe? Respondi: adivinha, ele brinca muito com você e canta uma música: “ela é a ciganinha, dona do meu coração”. Ela deu um salto e disse: tio Paulo! E faz cambalhota. Preciso contar pra ele que aprendi a fazer cambalhota sozinha já.
Ao chegar lá o Arthur já pulou no colo do tio e a Isa já foi abraçando, mostrando a cambalhota que aprendeu. Os dois sobrinhos compartilhando o colo e a felicidade do encontro com o tio. O limão virou bola, risos, abraços, sintonia de amor, alegria infantil. Criança é mestre na arte de amar.
Não tinha a câmera ontem para registrar, a cena me fez lembrar a imagem de 5 meses antes, na casa dos bisavós, no sertão pernambucano. Imagens semelhantes, cenários distintos, amor crescente.
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