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Meu Blog Maternidade. Aqui vou registrando meu aprendizado do cotidiano de mãe. Minhas percepções, desafios, emoções, acontecimentos e sensações únicas da minha jornada maternal. Tenho duas filhas e um filho, três sementes, frutos, presentes AMOR
Observando a alegria deles brincando na despedida do Léo que voltou para sua casa no Rio fiquei refletindo sobre as diferenças das infâncias. Da minha até chegar na do meu caçula uma transformação gigante, do cenário as brincadeiras, passando por tantas nuances das experiências. Uma viagem no tempo de mudanças. Do passado ao presente e ao futuro que logo chegará fiquei imaginando sobre as memórias e os laços que serão efêmeros ou duradouros.
Eles conversam sobre jogos, pulam na piscina, jogam futebol e vídeo game, trocam cartas do Pokemon, brincam e brigam um bocado. Diálogos gritantes, juro que tento entender o fio e muitas vezes fico perdida, outras eu morro de rir com os papos inusitados. São curiosos e agitados, bravos e afetivos, uma mistura doida e bonita de ver. Nesse ano tão atípico e cheio de restrições, perdas e desafios, as amizades foram fundamentais para essas crianças.
Eu convivo com amigas de infância. É tão precioso essa proximidade. Que eles tenham a graça, pelo caminho que cada um trilhar, de cultivar bons amigos para dar boas risadas e compartilhar os aprendizados da vida. Das dores as alegrias, como é abençoado ter amigos para partilhar a vida. A presença amiga é um presente da vida, de todas as gerações.
Um trecho do diálogo do Léo e Arthur tem notas de saudade e cheiro de afeto:
- Léo quando você vai voltar? Indaga Arthur.
- Não sei. Vou ver minha mãe e a gata Benta, estou com saudades.
“Mãe o Léo tem uma gata viu!” Exclama Arthur aborrecido por não poder ter bicho de estimação.
Eu respondo com um sorriso e ele volta a conversar com o amigo.
- Léo eu já viajei pro Rio e quero voltar lá pra ver a Dany e a Sol, uma cachorra bem danada.
- Lá é quente. Tem o mar. Chegando lá vou pra casa da minha avó.
E entre corridas e pulos eles continuam a falar.
Quando descemos eu digo pro Arthur: Filho logo o Léo volta. Ele tem que ficar um pouco com a mãe agora.
- E quando ele voltar teremos a noite do hamburguer. É muito bom!
Léo já está a caminho do Rio de Janeiro. E ficou por aqui o tom da saudade.A despedida do Léo. Chegadas e partidas marcando as amizades
Desde segunda-feira meus filhos Isa e Arthur não tocaram no celular. Sim, uma nova regra lá em casa e a meta é familiar. Menos celular. Mais livros e brincadeiras. Ontem à noite, saio do banho e tem um menino esperando a mãe já com o gibi selecionado. Ele lê o primeiro trecho e diz: “mãe viu como estou lendo bem?” E meu coração transborda de alegria e ele recebe um xero e um abraço apertado. E sentamos junto para a leitura da noite. Nossas risadas ecoaram pela casa. Que divertido episódio da Turma da Mônica. E depois de concluir a leitura, momento da oração e antes de deitar ele já separou o livro que iremos ler hoje a noite. Uau!
Chegaram também livros infantis do Lázaro Ramos, Emicida e Maya Angelou. Arthur amou o caderno de rimas do João, tanto que levou hoje para escola para mostrar para professora. Ele tem gosto por rimar. Observar meu menino caçula pegando gosto pela leitura traz uma imensa gratidão para uma mãe amante dos livros. Ontem seu olhar sonhador quando lhe expliquei o quanto os livros nos possibilitam viajar por diferentes mundos foi inspirador. Quanta GRATIDÃO!
os presentes livros do mês
Eu e Zilda nos conhecemos desde menina. Somos amigas conterrâneas e o nosso laço vai além da terra onde nascemos, ultrapassou fronteiras e gerações. Nos reencontramos aqui em São Paulo há aproximadamente 14 anos atrás. Eu já mãe de uma moça, ela de dois meninos. E veio a gravidez da minha Isa, minha segunda gestação e em seguida foi a vez da Julia, para completar a tríade da minha amiga. E eis que também completei minha tríade com meu elemento surpresa menino. E adivinha quem foi uma das primeiras pessoas que soube da minha terceira gravidez e acertou em cheio que seria o caçula Arthur? Ela mesma, a querida Zilda me disse assim que a comuniquei por telefone. Fiquei com a ligação gravada na memória coração. E o tempo segue registrando nossos encontros. E eu sou muito grata por ter personagens assim para compartilhar as estações da vida.
A Isa e Julia já estudaram na mesma escola, moraram no mesmo bairro e hoje, em bairros e escolas distintas, seguem amigas. É tão sublime observar a sintonia dessa amizade. Como elas brincam e se divertem juntas. Seguiremos compartilhando nossas histórias. É laço bênção: amigas mães e filhas!
Tenho muitas imagens tatuadas em minha alma. Sentada na rede, sentindo o vento que sopra, muitas afloram despertando sorrisos e lágrimas das saudades felizes que cultivo. Tenho algumas fotografias que registraram momentos marcantes com personagens e lugares que Amo. Uma delas é essa foto do Tio Bertim com meu caçula Arthur contando a história de sua arte em distintos sentidos.
Na minha viagem de 3 anos atrás, lá no terreiro da casa de tia Maria eu observava esses dois meninos conversando e corri para pegar a câmera e clicar. Criativo por natureza, tio Bertim encanta as crianças com sua fala sensorial, seu jeito simples e divertido. Que encantamento ter um tio assim.
O cotidiano maternal é recheado de muitos momentos. Alguns são tão marcantes. A hora do banho dos meus três bebês é um dos que ficaram impregnados em meus sentidos. A Bruna adorava brincar na banheira, lembro dos seus olhos iluminados no banheiro pequeno. A Isa, minha menina das águas, amava o banho na banheira alta. O Arthur, o caçula, ainda hoje se diverte com os brinquedos na banheira. Fecho os olhos e sinto o cheirinho de bebê no ar. Os sentidos são mágicos.
Amo essa foto do meu caçula Arthur clicada por minha primogênita que hoje está em estado de graça.
Primeiro foi uma tal de luxação no cotovelo. Isso no final de maio. E no começo de julho o pulso quebrado. Em dois lugares, vi os ossinhos frágeis quebrados no raio X e sua palidez no rosto refletindo a dor que sentia. Eh meu menino que adora futebol anda se machucando nos jogos. Agora 1 mês de molho.
O pai brigou nervoso e ele disse choroso: “mãe eu não vou mais poder jogar futebol?” Eu disse: vai sim filho, com os garotos de sua idade, assim que sarar. Ele adora jogar, a forma intensa como faz cada jogada e a alegria na comemoração do gol, são inspiradoras. Depois que ele estava mais calmo eu disse: filho não podemos deixar uma dificuldade paralisar nosso caminho, esse machucado é provisório, vai sarar. E será assim com o futebol e outros lances da jornada. Ele me abraçou e deu aquele sorriso de menino alegre que tanto amo. E continuamos brincando de futebol, da forma que dar no momento.
Domingo, casa, crianças, surpresa. O primeiro dente de leite do Arthur está mole. Ele exclamou alegre a notícia. Abriu sua boca e mostrou a irmã que mexeu e disse: mãe o dente do Arthur está mole, vai cair o primeiro dente! Arthur complementa: vamos contar pro pai. E lá fomos nós, mamãe, Isa e Arthur, na tarde de verão do domingo de carnaval, contar ao pai a grande novidade. O pai que estava colado no sofá como brincamos, sentou para ouvir a notícia do dia. Ele então ensinou o filho a mexer para amolecer o dente e de lá fomos todos para cozinha. Eu cortei a maça e ele está amolecendo o dente, já sentiu o sangue e a raiz está se descolando. A conversa fluía no lugar de alquimia da casa enquanto um bolo de chocolate era preparado, Arthur mexia e mexia no dente e falava com Isa. E a Isa lembrou que na sua época de cair os dentes sua fada foi muito especial porque trazia um presente pra ele e pro irmão pequenino. E lembramos do episódio do dente que caiu na pia do banheiro, do seu choro por ter perdido e de como o pai tirou os canos para resgatar o dentinho. E assim o herói do dente ficou marcado na memória da Isa.
Enquanto as vozes ecoavam, o pai em pé na porta olhava tudo com aquele olhar que tanto diz. Sim, dá pra sentir tanto quando observamos a ternura do olhar. Nosso pequeno rei está crescendo. É logo que a janela do seu sorriso estará aberta para novas etapas.
Mãe eu sempre fui a menor da sala desde o pré. Eu respondo: Tudo bem filha ser pequena, eu fui até a faculdade. Isso nunca me incomodou, nasci pequena e segui assim. Sou a mais velha e menor dos irmãos e penso que dos primos (as) também. Hoje a Isa já está mais resolvida sobre isso, também como eu, minha Isa senta na carteira da frente da sala, por causa da altura e problema de visão. E nesse último quesito já lida com mais segurança com sua deficiência. Esse ano quando fui conversar com a professora sobre sua deficiência, ela me disse emocionada da sua desenvoltura na apresentação inicial do ano e de como falou com firmeza da sua deficiência visual. E, claro, eu fiquei muito emocionada.
E por ela ser pequena suas roupas duram bastante. Esse ano, ela deu uma esticada e muitas se perderam. Na verdade nem é perda porque doamos para a prima menor. Sim, aqui em casa o desapego é prática contínua. Fizemos uma limpa no guarda roupa e ela ficou quase sem nada. Hoje ela colocou um short e nós rimos juntas de como ele tá pequeno. E foi colocar o chinelo e ficou a metade dos pés pra fora. Teremos que comprar roupas e um novo chinelo para a primavera verão. Hoje ela usou meu chinelo e “ficou quase certinho mãe”. Sim, ela está crescendo. Minha menina das águas com sua sensibilidade refinada floresce na sua caminhada crescente.
Nossas férias foram no sertão pernambucano. Visitar meus avós, bisavós dos meus filhos. Meu pai e tantos tios e primos, é sempre uma conexão recheada de amor. Mochila nas costas, minha Isa na mão esquerda e Arthur na direita. Estradas, chegadas, partidas. Encontros e despedidas no roteiro da minha infância, que também enlaçam a infância dos meus filhos.
Férias curtas e compridas, vastas em alegrias, amor e gratidão. O cenário tão diferente do habitual dos meus pequenos e eles mergulharam nesse ambiente brincando em árvores, no terreiro de pedras, na liberdade de correr sem obstáculo pelo “grande quintal”. Brincaram com os cachorros do sítio e fizeram amizades com as crianças. Encantaram-se com a fogueira no terreiro e com o céu estrelado. “mãe consegui ver a constelação”. E tem um trio brilhante de estrelas. Sim filha, as Três Marias que tanto amo. E voltamos com a bagagem cheia de memórias para cultivar saudade feliz.
No Umbuzeiro, na sombra, a flor, o fruto, a brincadeira no sertão
A Isa adora brincar com suas amigas em casa. Tem muita alegria em receber. Uma de suas amigas desde bebê é a Julia. Aliás, eu e sua mãe Zilda somos amigas desde infância lá no sertão. E nos reencontramos por Sampa e continuamos cultivando esse laço amigo. Penso que Isa e Julia trilharão uma jornada parecida. Elas estudaram juntas no jardim e pré e agora estão em escolas diferentes. Essa distância faz de cada encontro delas uma ocasião especial.
Nesse dia das crianças Isa e Julia brincaram muito. Em casa, no parquinho, no quintal, no quarto, na sacada, na sala, com bonecas, água, brinquedos, risadas, imaginação fértil. E fico tão contente em observar a proximidade refinada que elas nutrem. Coisas de amigas filhas, amigas mães.
Crianças amigas, Ju e Isa, tão especiais
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