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Meu Blog Maternidade. Aqui vou registrando meu aprendizado do cotidiano de mãe. Minhas percepções, desafios, emoções, acontecimentos e sensações únicas da minha jornada maternal. Tenho duas filhas e um filho, três sementes, frutos, presentes AMOR
Tenho 1 filha do século passado, com 30 anos. Outra com 16 e outro com 12, do século contemporâneo. São enormes as diferenças da infância dos menores, nem tão pequenos assim hoje, com a da primogênita. Se eu pensar na infância dos meus netos, a distinção é ainda maior. Sim, eu já sou avó de Peaches, Damian e da bebê menina que chegará em breve. Esses dias recebi um vídeo dos netos brincando na praia e fiquei refletindo sobre aspectos que enlaçam e diferenciam essas gerações.
Minha filha mais velha brincou muito na calçada, andou de bicicleta pelas ruas do bairro, adorava a pequena piscina de plástico que refrescava os verões paulistas, na companhia do seu tio irmão Henrique e amigo Higor. Isa e Arthur desconhecem o que é brincar na rua, a não ser quando viajam para algum lugar tranquilo, cresceram nos muros de um condomínio, brincavam no playground, jogavam bola na quadra. Assim como fiz com a Bruna, eu os levo para andar de transporte público. Sei de crianças e adolescentes que nunca andaram de trem, metrô ou ônibus.
Há realidades bem distintas na desigualdade social do nosso país. E isso influencia a infância, adolescência e vida adulta, ontem, hoje e amanhã. Eu já morei em periferia, conheço e convivo com pessoas de lá, e sei das dificuldades que elas enfrentam. A falta de lazer e de dinheiro para ir em parques e atividades culturais é recorrente. Infelizmente, para muitas famílias, até o básico é ausência. Investir em projetos de esporte, lazer e cultura para todos, contribuirá para melhorar o aprendizado e a qualidade de vida de todas as gerações.
Voltando ao vídeo dos netos, agradeci a dádiva deles morarem perto da natureza, de terem a possibilidade de brincar com segurança no quintal e na rua. Apesar de estar na lei, a presença de ações que garantam as crianças o que ela rege, está bem distante em muitos países. Guardada a gigante distinção dos cenários daqui e de lá, ver meus netos brincando na rua como minha primogênita brincou, acende minha esperança. Recordei do esforço que fiz para levar a Bruna ao teatro, biblioteca e lembro dos seus olhos brilhando com a magia da arte. Nunca vou esquecer da sua alegria ao ver as luzes de Natal. Memórias que seguem vivas.
Meu Arthur ama futebol e já foi em vários estádios. A Isa aprecia, talvez não tanto como eu, livrarias e passeios culturais e já visitou alguns ícones da capital paulista. Seguirei incentivando que eles vivam a cidade, procurem se conectar com as expressões artísticas que tanto ensinam, observar o movimento das ruas e seus personagens. Para fugir desse mundo cercado, da tela pequena do celular e vivenciar o grande telão que é a cidade. Já ouvi que eu tenho é coragem de andar com eles assim. Que eu permaneça tendo.
Há muita transformação nesse ciclo do tempo, no entanto, a alegria autêntica e o encantamento mágico que as experiências despertam, seguirá perene em muitas gerações. Oxalá que elas sejam cada vez mais presentes.
amores da vovó. Saudades
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