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Meu Blog Maternidade. Aqui vou registrando meu aprendizado do cotidiano de mãe. Minhas percepções, desafios, emoções, acontecimentos e sensações únicas da minha jornada maternal. Tenho duas filhas e um filho, três sementes, frutos, presentes AMOR
Sou de uma geração de Mães que rezam. Cresci aprendendo com minhas avós e mãe a rezar pelos nossos. As novenas de Maria e São João da infância seguem fazendo morada em meus sentidos. Não apenas como recordação, como base sólida da minha fé. As renovações que indicam o compromisso de renovar a aliança da devoção numa data com muito significado para cada família. As missas na igreja e a comunhão das orações que edificam nossa fé com os sacramentos e fortalecem nossa jornada na presença de Deus. Mães que rezam são personagens vivas da minha jornada maternal.
Sou devota de Maria, Nossa Senhora de tantos Retratos, a quem consagro e suplico minha tríade de filhos e netos. Quando rezo o Terço e em todos os momentos, na dor, na alegria, sinto o fogo da perseverança acender, invocando a força da Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo para abençoar meus passos, clamando aos anjos proteção e a luz do Espírito Santo que os guie no caminho de Deus. Quantas adversidades já enfrentei e o que me sustentou e segue me sustentando é a convicção nas promessas de Deus, que é Pai de infinitas graças e que tanto nos ensina com o exemplo do teu filho Salvador. Não esmorecer nas dificuldades e alimentar a esperança Naquele que nunca nos desampara, é uma lição que pratico.
Sempre ouvi que reza de Mãe é sagrada e miro na caminhada da Mãe Santíssima, que desde o Sim ao projeto de Deus, fez de cada passo de sua gestação até sua coroação, uma história de profundo amor. Quando contemplo os mistérios de cada Terço sinto a grandeza de Maria acompanhando o seu filho. Sua glória é cumprimento da promessa de Deus que nos abençoa com uma Mãe tão divina. Quanta generosidade do Pai que nos concedeu a Bem Aventurada Maria para ser exemplo de Mãe em nossas vidas. Tua Eternidade presente nas tantas Santas que perpetuam tua divindade é bênção que multiplica a Fé.
Agradeço as minhas avós, Mãe e tias, que me ensinaram e seguem testemunhando com suas vidas as graças da devoção Mariana. As minhas filhas Bruna e Isa e ao meu filho Arthur, eu peço que sempre rezem para a Virgem Santíssima que é canal do amor de Deus Uno e Trino, que é intercessora misericordiosa de todos nós, que eleva nossas preces ao Sagrado Coração do seu Filho Jesus Cristo. A Mãe que ouve nossas súplicas, que nos ampara com seu manto e nos encoraja com seus sinais a vencer as dificuldades e confiantes seguir cumprindo nossa missão. Confie na proteção da Mãe do Salvador a quem temos a honra de chamar de Ave Maria Cheia de Graça.
Eu sou testemunha das bênçãos de Nossa Senhora. Tenho atendido seu chamado Mãe Santíssima com a oração do Terço, desse Rosário que em cada Mistério e dezena nos apresenta a história do teu Filho Amado. Não tem como expressar em palavras as sensações que sinto ao rezar, a intensidade da presença de Deus é transformadora. Em cada casa que abre as portas para receber o Terço Mariano eu agradeço. É um momento para convidar as pessoas para serem tocadas pelo Amor de Deus que tem o poder de renovar tantas vidas.
Eu tive medo quando recebi o chamado para rezar o Terço. Pensei em não ser capaz, fazia tantos anos que eu não rezava com frequência. Lembro que 1 ano antes eu participei de 4 Terço, 1 em cada quinta-feira da semana, no mês de Maria, na igreja Santo Antônio perto de casa. No ano seguinte comecei e sigo com simplicidade aprendendo a ouvir essa voz que palpita e me prepara para cada oração, onde o Senhor preparar para que sua palavra se faça lar dos corações. Jesus é a luz que vence as trevas. Ele é o Caminho. Deus é contigo.
Na minha caminhada matinal o rosário está em minhas mãos e passos. Quantas vezes andei com o coração apertado por tribulações e senti a serenidade da resposta de Nossa Senhora. As lágrimas escorrem enquanto os dedos rezam, o vento sopra nomes, as borboletas bailam, as folhas orvalhadas e o céu canta Ave Maria. Gratidão Nossa Senhora. Eu creio nas tuas providências e sou grata por teus ensinamentos que me aproximam cada vez mais do amor de Deus. Sou uma mãe que reza. Mães, rezem. Nossa prece é fortaleza. Viva a sagrada intercessão da Mãe Santíssima. Amém.
Ave Maria, Cheia de Graça. Gratidão Nossa Senhora
Daqui 2 semanas completarei 50 anos. Eita tempo ligeiro. Quando digo que sou avó algumas pessoas se espantam. “Já? Nem parece.” Entendo como elogio e agradeço. Os cabelos brancos pipocam aqui e a menopausa dá os sinais e estou pronta para o novo ciclo. E sim sou avó da tríade da minha primogênita. Eles moram no outro continente e a saudade lateja todos os instantes. Eu amo ser avó de Peaches, Damian e Alise. Preciosa, Alegria e Menina Luz. Todos da Lua Crescente.
Estive presente no nascimento da Alise que tem 2 meses. Foram 40 dias de muito afeto aquecendo o inverno nevado. Estar longe é dolorido sim, mas é tão incrível nossa sintonia cultivada no tempo que estamos juntos. Ser avó me trouxe uma sensação de continuidade, coisa de gente doida, já me disseram. Sim, sou maluca de nascença. Os tataranetos da minha Vozinha que mês que vem completará 100 anos, que ela teve a alegria de conhecer em vida.
Conexão que vai entrelaçando gerações, lugares e personagens, no movimento migratório. Do sertão ao mar enlaçando origens e voos, chegadas e partidas. Pernambuco, São Paulo, Osasco, Estados Unidos. Sim meus netos são americanos. Na roça de vozinha é a Estrela Dalva, lá nasce a Polar. Na distância continental o céu nos aproxima nas preces, no vento que sopra saudade e nas vivas memórias afetivas.
Aprendi a ser casa mesmo estando na estrada, com as Marias avós e mãe. Eu sou muito grata pela presença das avós em minha vida. Madrinha e avó paterna que já fez sua passagem e que tanto amor me ensinou. Pequena grandiosa Cotinha. Vozinha, a Maria que todos chamam de Joaninha, a matriarca dos Netos, nosso sobrenome vem dela que está pronta para celebrar 1 século. Mulher fortaleza de fibra e fé. Minha mãe, a filha mais velha, é uma avó generosa que espalha dedicação na sua simplicidade.
Eu sou a filha e neta mais velha, assim como Bruna, primeira filha, neta e bisneta. Assim como Peaches, filha, neta, bisneta e tataraneta. Somos gente que ama e nossa proximidade é sagrada. Somos abençoadas e agradeço a Deus por esse laço de sangue e amor. Que eu tenha muita saúde para acompanhar o crescimento da minha tríade de filhos e netos e partilhar momentos que se tornam eternos na lembrança. Sou orgulhosamente uma jovem avó. Minha tríade de netos. Quanta bênção. Gratidão Deus!
Esses dias ouvi: “Quero um dia ser uma mãe desapegada como você.” Talvez eu nem seja tanto assim porque também escuto o oposto: “admiro como você é uma mãe dedicada para seus três filhos, eu não daria conta.” Diria que eu danço entre os extremos e busco um equilíbrio que inexiste na totalidade na jornada maternal. Somos uma Mãe em construção e as mudanças dos nossos ciclos e dos filhos são permanentes.
A primeira frase em resposta as viagens sozinhas dos filhos. A Elo foi esses dias para Aracaju, o caçula foi em julho e irá novamente mês que vem passar férias no sertão pernambucano, a primogênita mora no outro continente e eu viajarei em breve para o nascimento da baby menina, que completará sua tríade, igual a mãe aqui. Sou mãe e avó da dupla tríade, como diz o Galvão: haja coração! Os sacrifícios, demandas, alegrias, dores e amores dessa caminhada maternidade são desafiantes.
A segunda frase sobre minha ida para amparar minha primogênita. A sequência da conversa, como eu consigo conviver com essa saudade da filha e netos, como eu vou aguentar ficar longe dos outros dois durante esse tempo...respostas que não tenho e que vou desenhar no decorrer dos dias vindouros...um olhar lacrimejante junto das palavras amigas me abraçou. Tão bom se sentir tocada por quem te compreende. Eu vou tentando dar conta, eu sangro, eu choro, eu dou muita risada e mergulho no afeto.
Tem muita cobrança de todos os lados sobre a maternidade. Isso é certo, isso é errado, tem que fazer dessa forma, tem que dar atenção a tudo, ser a Mãe Maravilha impossível, escola, alimentação, brincadeiras, passeios e várias receitas prontas que não cabem na vida das mães, podem até orientar, mas cada fase é vivenciada de modo diferente, porque somos singulares embora semelhantes em algumas circunstâncias. Teu jeito e teu colo são únicos, o colo de minha mãe é um, da tia outro, do irmão e irmã, da avó outro ...
Não há características para definir tudo. Ainda que muitas palavras sirvam para nomear isso ou aquilo, nem a soma de várias será capaz de equacionar a dimensão da maternidade. Tenho aversão a rótulos. Eles querem enquadrar tudo em um formato. Padronizar o que não tem como se encaixar em tabelas rígidas. A elasticidade da maternidade é infinita e cada mãe vai enfrentando e aprendendo com os desafios. O que realmente necessitamos é mais respeito, acolhimento e empatia.
Onde encontro apoio? Na partilha com outras mães. Nesse espaço de troca que fortalece essa árdua e incrível estrada. Hoje mesmo é um dia para praticar uma vivência com mães amigas, num encontro despedida que vai me aquecer com o amor sul global para levar na bagagem para o inverno do Norte que me espera. Estou pronta para essa nova travessia? Não. Tenho a coragem para ser ponte e embarcarei inspirada por Coríntios 13:13: “Estas três coisas continuam para sempre: fé, esperança e amor. E o maior deles é o amor."
benção dos colos, das mães, tia e avós
A morte costuma assombrar os viventes. Muitos não ousam falar seu nome e penso que deveríamos ao menos tentar encarar de outra forma, afinal, ele está presente embora represente a ausência. Quando alguém próximo morre um silêncio profundo se acomoda em meus sentidos. Até uma palavra de conforto é difícil pronunciar porque quem a ouve sequer pode escutar nesse momento. Já me peguei em velórios observando as cenas dos abraços e refletindo sobre como esses abraços não existiram no passado da pessoa que está ali no caixão. Disseram-me que passa um filme em nosso momento de partida e fico pensando nos personagens que habitam essa despedida.
A despedida é também de quem fica ainda por um tempo que não temos como estimar. A morte está conosco agora, nesse instante, porque morrer e viver estão entrelaçados. O corpo que vira cinzas ou que vai para debaixo da terra é uma matéria morta que nos chama a olhar para nossa passagem efêmera. Ainda assim tem muito de eterno na morte porque quem vai fica vivo palpitando na saudade dos nossos passos. Tenho tanto dos meus avôs e avó em meu cotidiano. Do riso solto de padrinho-avô, dos cuidados e orações de minha madrinha-avó e dizem que a sensibilidade de vozinho faz morada em minhas ações. Oxalá que sim e que esses retratos se perpetuem nas próximas gerações.
Falar sobre a morte com as crianças é difícil. Ao ver minha tristeza pela morte da Rita Lee, o meu caçula Arthur me abraçou e eu disse que todos nós chegaremos nessa hora. Ele reagiu como a primogênita dizendo que isso não vai acontecer nunca. Não consegui alongar o diálogo, porém sinto que é necessário retomar essa pauta com frequência para ir preparando esse terreno árido que também pode se tornar fértil. Como fertilizar a aridez da morte? É um desafio que me proponho a exercitar, iniciando pelo que a “perda” dos meus avós significou.
Sempre ouvi: perdi minha avó (ou outro ente querido). O eco da palavra perda evidenciando a dor extrema que sentimos. Um pesar de toneladas que cansa nossa estrutura. Até os ossos doem, os músculos inflamam. Sintomas do luto que cada um passa de um jeito e vai moldando os dias até irem suavizando aos poucos. Há quem diga que a ferida segue sangrando para sempre e eu imagino que sim. As minhas seguem cicatrizando. Como fazer essa abordagem da perda que é tão dolorida? Não há receita mágica para lidar com a morte, mas se apenas evitarmos o assunto vamos criando uma visão hostil do que é uma realidade da existência.
Observar a morte como um personagem pode ser uma maneira de trazer certa leveza para facilitar a conversa. O cinema pode ser uma fonte, assim como a literatura. Pensei na Morte do Gato de Botas, no recentemente filme que assistimos em que o menino perdeu o pai, no poema A morte absoluta de Manuel Bandeira que a Isabelly leu por ocasião de uma atividade escolar e fui relembrando outros filmes e livros ...contar minha própria experiência com as mortes dos meus avós...e aproveitar melhor as oportunidades para dialogarmos sobre essa passagem perene da vida. Será uma forma de fertilizar a aridez? Tentarei...
A morte é o fim? Ou pode ser também um começo?
sou estrada de saudades no ciclo morte e vida
Em março, mês do Sol em meu signo, não consegui escrever em meu Blog Maternal. E olha que o mês foi longo e intenso. Já estou em um novo ciclo e ainda que desfolhada nesse inicio do outono, com tantas reflexões pipocando pelos poros sensoriais, pelos sonhos que afloram passagens de outrora me convocando a revisitar acontecimentos que talvez eu precise ressiginificar ... o cotidiano caminha, com as atividades rotineiras e outras que surgem. Imprevisto na agenda de mãe é recorrente e muitas vezes no plural. E o tempo da mãe?
Sim, sentimos falta do nosso tempo. E precisamos dele. E quero registrar aqui que eu consegui reservar um tempo em março para participar de um encontro que amo e me esforçarei para ampliar essa participação. Clube de livros, um espaço para partilha da fertilidade que o livro é capaz de cultivar. E que precioso foi o “clubão” com a Tatiana Lazzarotto sobre seu ímpar Quando as Árvores Morrem. O evento aconteceu na Martins Fontes da Paulista, no mezanino cercado de livros, sorrisos, vinho, lágrimas, brigadeiro, falas e sensações que seguem palpitando. Sobre luto, vida, morte, memórias e o que se torna eterno. Leiam!
Na calçada em frente à livraria, embaixo da árvore que lá resiste, eu fiquei contemplando as luzes da Paulista e me agradecendo por ter me permitido esse momento. Demorei-me ali instantes sagrados de um abraço enquanto meus olhos marejados passeavam pela paisagem. Meus passos rumaram para casa com o coração repleto de gratidão. O céu da noite tinha estrelas longínquas que minha visão turva ainda enxergava. Tenho esse hábito de janelas, as de carros, metrô, ônibus, consultórios, casa e onde quer que eu tenha a sorte de encontrá-las.
Mãe precisa de sua janela de tempo. Por mais que tenhamos tantas demandas dos cuidados maternais e tantos outros, precisamos nos cuidar também. Um encontro com nossa companhia, para ouvir uma música, ler um livro, ver um filme, escrever, cuidar das plantas...ou um café com amigas, um clube de livro, aquilo que você curte. Isso nos faz falta sim. Esse distanciamento daquilo que apreciamos nos prejudica. E isso não nos fará menos Mãe. Por mais difícil que seja ter uma rede de apoio, eu prometi que a partir desse giro do Sol em meu calendário é chegada também a hora de me reencontrar.
Sábado, manhã de outono, eu escrevi ouvindo canções que amo. Meu tempo.
A jornada maternal é múltipla e, ao mesmo, única para cada mãe. Há muitos dilemas na maternidade, alguns até semelhantes, e ainda assim cada mãe sente, sofre e sorri, do seu jeito. Tem muitas alegrias. E também muitas dores. Entre esses extremos vamos aprendendo. Se tem um adjetivo contínuo nessa caminhada, é esse: aprendiz. Todos os dias dá para filtrar algum tipo de aprendizado.
Quando falo que é dolorido isso pode refletir muitos acontecimentos, sentimentos e fases. Das coisas mais simples do cotidiano até as mais complicadas. Pensei aqui no cansaço. Quantas vezes chorei de cansaço no banho, depois de uma rotina brava? Trabalho, jantar, casa, lição e no relaxamento do banho desaguei em choro. Talvez um alívio da tensão. E nos dias frios que enfrentei hospital com a Isa com crise de asma. Quantas vezes cheguei na madrugada e depois tive que levantar cedo para ir trabalhar!
Esta semana mesmo, na madrugada de domingo, fui surpreendida com o Arthur. Logo ele de sono longo, que demora a acordar pela manhã, acordou no meio da noite com uma coceira que durou muito mais do que eu podia imaginar. Havia um caroço no local, passei pomada, dei antialérgico e nada de passar. Ele ficou inquieto, não conseguia dormir, quis ir para sala assistir tv, deu sede, fome e as horas avançavam. Mãe isso, mãe aquilo, e eu ali, entre cochilos e aconchegos. Nessa ficamos das 1:30 até às 4:30. A hora que já levanto de segunda a sexta. Eis que ele adormeceu. E eu segui para o café, mochilas e tive que acordá-lo às 6:00 para se arrumar para a escola. E trabalhei todo dia com um sono pesado e a produtividade em baixa.
Eu poderia ilustrar outras cenas, com três filhos, tenho um repertório bem diversificado. Há muitas cobranças para que as mães sejam “perfeitas” e dê conta de tudo. Tem que ser assim, assado. Isso é impossível! Eu digo que não existe fórmula, o cardápio é distinto e cada receita maternal será diferencial por natureza. É um processo transformador. E que sim, é dolorido. Não imagine que ser mãe é apenas um mar com céu azul. E também não fique preocupada com os trovões. Quando a tempestade surgir é que você aprenderá a atravessar.
E sem tem uma escolha que fiz ultimamente, que tem surtido um efeito positivo, foi definir um tempo só meu, para meu cuidado, estudo, sim voltei a estudar e participar de clube de leitura. Se estou bem comigo, isso se reflete em muitos aspectos, inclusive em uma melhor versão da Mãe que vou me tornando.Sou mãe e também avó. A geração que segue...
Sou primeira filha, neta e bisneta. Minha filha primogênita também. Em pleno estado de graça, em breve dará luz a tataraneta da minha vozinha. Uau. Que geração de mulheres em diferentes estações. A passagem do tempo enveredando as histórias. Olhando a foto da Bruna bebê, imaginando quais traços dela minha neta terá, fico até perplexa com esse salto atemporal dela se tornando mãe e eu avó. Entre memórias, saudades e perspectivas vou tecendo emoções que desabrocham sorrisos, lágrimas e gratidão pelo presente da vida.
Eu me sinto honrada com essa graça. Presenciar a renovação traz a certeza do quando viver é um ciclo de transformação permanente.
Minha menina do meio com 10 anos, no início da transformação do corpo para adolescência, começando a usar sutiã e com a primeira espinha no rosto. Sim crescer dói e não podemos fugir das dores, temos de encará-las de frente.
Responder os questionamentos da Isa também dói quando observo seu olhar assustado. “mãe preciso mesmo crescer?” E eu respondi com firmeza: Sim, precisa Isa.
E emendei: Filha, sua sensibilidade é uma fortaleza e sua visão refinada te conduzirá a construir seu caminho. E você despertará a coragem para extrair o melhor de cada fase. Seu sorriso desabrocha e seu abraço afetuoso diz tanto.
Sim ela aprenderá a enxergar nas cruzes da estrada as lições valiosas e vai crescer com suas dores, no seu ritmo. E sei que seus passos aprendizes serão enredo de uma jornada de crescimento cheia de histórias.
Essa semana atendi um cliente que me conhece desde que eu estava grávida da Isa. E ela acaba de completar 10 anos. Ficamos conversando sobre quanta vida acontece no intervalo de uma década. E como é gratificante observar essa passagem através do crescimento da criança. É uma jornada maternal aprendiz com distintos desafios nas mais diversas fases. Começa na gestação e vai até o nosso último suspiro.
Amamentar, desmamar, sentar, andar, falar, correr, ler, o primeiro passeio com a escola, a primeira noite dormindo na casa da amiga e tantos outros momentos que eu ficaria horas descrevendo. A década da minha Isa foi espetacular. Tenho muito orgulho em te ver mais forte e saudável. Reconhecer e respeitar sua fragilidade em alguns sentidos fazendo dela um desafio. Assim seguimos vencendo as adversidades do caminho que nos fortalece.
Presenciar você vencendo seus medos e despertando sua coragem para atividades diferentes, parabenizar por sua dedicação aos estudos, a forma como aprendemos juntas a praticar o desapego e filtrar o que é importante, o seu jeito ímpar com que você cultiva amizade, a sinceridade como demonstra suas emoções. Filha, sua ternura e sensibilidade são presentes em nossas vidas. Sua chegada foi o marco de uma transformação e eu sou muito grata por ser tua mãe!
Ele acordou cedo. 5:10 manhã. Colocou a roupa sem espernear. Saímos mais cedo para chegar no horário marcado. Chegamos 10 minutos antes e ele ficou eufórico ao ver o ônibus estacionado na porta da escola. É interessante observar como eles apreciam brincar no percurso até o local. E sei que ele chegará muito contente, com os olhos brilhantes e o sorriso largo, contando detalhes das atividades do passeio. Tempo de infância feliz, com graça, brincadeiras, descobertas...criança que nos ensina a viver o momento com toda energia, a estar no agora com todo seu ser.
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