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Meu Blog Maternidade. Aqui vou registrando meu aprendizado do cotidiano de mãe. Minhas percepções, desafios, emoções, acontecimentos e sensações únicas da minha jornada maternal. Tenho duas filhas e um filho, três sementes, frutos, presentes AMOR
Apaixonado por jogar, ele também é um torcedor singular. Eu gosto de futebol desde pequena, além de jogar futebol na escola eu acompanhava como torcedora o meu pai, tio e amigos que jogavam. E incentivo o Arthur a sempre apreciar um bom jogo. A forma como ele vibra com o gol marcado quando está assistindo exala paixão. E isso do seu Santos e de outros times também. E quando ele está jogando e faz o gol então, é sensacional a explosão de sua emoção.
Ele tem acompanhado o campeonato brasileiro. Arthur fica triste quando o Santos perde e também com os times que estão na lanterna. Ontem ao comentar sobre o Paraná ele disse com ar tristonho: “mãe seu eu jogar nesses dois últimos jogos do Paraná e fizer gols dá pra ele não rebaixar?” A empatia do meu menino com o sofrimento do clube me deixou emocionada. E depois que eu tentei explicar os motivos do time já estar rebaixado e que ele é pequeno demais para jogar em time de adultos e etcs, ele até entendeu. Ainda assim, disse:
“Oh mãe e o Sport do Recife também pode ser rebaixado. É triste perder...
Notei sua voz embargada e respondi:
Sim filho é. Só que a derrota também ensina e tudo na vida tem um ciclo, inclusive no futebol. Agora é hora de escovar dentes, rezar e dormir, vamos?
E ele se jogou em meu abraço. E eu senti tanta ternura. Esse é meu filho torcedor!
É difícil sentar com ele para as lições. A bola é mais convidativa. A de verdade e a imaginária já que tudo em suas mãos tem o poder de se transformar em jogadores ou bola. O lápis, a borracha, o apontador. A cabeça da tartaruga ninja vira bola, a colher, o copo. A escova de dente no banheiro vira trave. O sabonete bola. O papel ele amassa e faz bola, as meias, as cartas do jogo da Isa viram jogadores. E por aí vai. Quando sentamos para fazer lição ele já faz uma expressão de aborrecimento. E ele cansa na primeira página. Não é atrativo. E por mais que seja necessário, eu fico com o coração apertado por as vezes ter se ser dura para que ele faça. Um pouco a cada dia e vamos seguindo, página a página. E assim vamos criando a disciplina de que tem que fazer. Até o pai que é avesso a escola, tem colaborado com a atividade que rende, não com capricho, mas sai e a comemoração dele quando termina é, como diz meu irmão Paulo, “sensacional".
Ele está no primeiro ano e sei que esse processo de adaptação com matérias, provas e trabalhos não é fácil. Tem que ser mesmo no passo a passo e respeito o seu jeito e ritmo diferente das meninas. Vamos seguindo tentando encontrar formas para realizar as tarefas da escola.
O menino Arthur clicado pelo tio Hique.
O Arthur escolheu seu time contrariando as influências paternas e maternas. De um lado São Paulo, do outro Palmeiras. Ele é Santista. O único da família que conheço. É incrível como ele torce, vibra, grita e chora. Um menino apaixonado por futebol como ele não conheço. Até ganhou uma criativa pintura em seu quarto, arte de Rosana Grimaldi que enfeita mais um espaço de nossa casa.
Claro que ele escolheu jogar na escola do seu clube e fica contando os dias para chegar sábado, o dia de jogar. E treina em casa com a bola para meu susto cotidiano. No quintal alguns vasos de cerâmica com plantas, o vidro da janela da cozinha e os copos de vidro da churrasqueira, já explodiram com seus chutes. E vamos consertando. Dentro de casa, alguns cristais do lustre viraram lembrança, meus quadros entortam na parede e eu vou tentando driblar os contratempos.
E até o fim do ano tenho uma missão especial para cumprir, levar o Arthur ao estádio de futebol para assistir um jogo do Santos. E já fico imaginando sua emoção.
Primeiro foi uma tal de luxação no cotovelo. Isso no final de maio. E no começo de julho o pulso quebrado. Em dois lugares, vi os ossinhos frágeis quebrados no raio X e sua palidez no rosto refletindo a dor que sentia. Eh meu menino que adora futebol anda se machucando nos jogos. Agora 1 mês de molho.
O pai brigou nervoso e ele disse choroso: “mãe eu não vou mais poder jogar futebol?” Eu disse: vai sim filho, com os garotos de sua idade, assim que sarar. Ele adora jogar, a forma intensa como faz cada jogada e a alegria na comemoração do gol, são inspiradoras. Depois que ele estava mais calmo eu disse: filho não podemos deixar uma dificuldade paralisar nosso caminho, esse machucado é provisório, vai sarar. E será assim com o futebol e outros lances da jornada. Ele me abraçou e deu aquele sorriso de menino alegre que tanto amo. E continuamos brincando de futebol, da forma que dar no momento.
A Isa acordou para mamar. E fiquei ali, na penumbra do meu quarto, amamentando meu bebê e recordando dos momentos do sonho e sentindo uma doce paz. Uma sensação de ter flutuado e viajado para uma paisagem tão próxima, na companhia de uma criança tão especial. Voltei a dormir, despertei, prendi meus cachos e não me esqueci do sonho.
E escrevo para agradecer pela visão e emoção despertada por este sonho iluminado. A mandala de estrelas ficará eternamente registrada na minha mente e coração.
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