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Os netos no sertão

por Ivone Neto, em 26.06.24

Eles do Norte, carregam no DNA o afeto do Sul. Peaches e Damian, meus netos americanos, conheceram sua tataravó em maio deste ano e foi histórico. Eu, a primeira neta de Vozinha com 49, nossa Senhora avó com 99 anos. Sua bisneta Bruna com 30, Peaches 5 e Damian 3. Encontro de gerações. Vivenciamos aquilo que tenho a honra de testemunhar: Sim, o Sertão é o Mundo. E ele habita em sua gente. Onde quer que nossos passos caminhem, nossas raízes seguem palpitando no espírito.

Admirável a interação deles com o universo do sertão. Damian e Peaches cavalgaram, correram atrás das galinhas no terreiro, andaram pelas veredas até o açude, brincaram na rede do alpendre, comeram bem as delícias do fogão a lenha, observaram o céu mais lindo do planeta salpicado de estrelas próximas, partilharam afeto com os primos, tios e tias. Encantaram todos com os abraços carinhosos e “a fala diferente.” Aprenderam o Oxe, Eita e levaram na bagagem tanto amor.

Foram os melhores dias dos últimos tempos. Eles estão tatuados na nossa saudade e na força das recordações e na reza de vozinha que segue nos abençoando. Sou muito grata por pertencer aos Netos, por toda simplicidade, alegria, generosidade e gratidão com que somos recebidos cada vez que cruzamos a porteira do sítio. É um bálsamo sentir-se em casa. Peaches e Damian, ainda que pequenos, foram tocados por essa imensidão de amor.

As fotos registraram algumas cenas. Retratos preciosos de uma viagem inesquecível. As orações de vozinha atravessam fronteiras e nos enlaçam, fecho os olhos e as sinto tocando minha alma na leveza da brisa matinal. As minhas rezas cruzam o Atlântico e estão por lá nas borboletas e janelas que descortinam o verde do jardim e quintal.
Somos estradas de saudades. Somos laços que multiplicam afetos.20240514_155208.jpgAté outro dia Sertão. Voltaremos com a graça de Deus!

publicado às 13:59

férias no sertão

por Ivone Neto, em 02.02.24

Observar o Arthur se divertindo em atividades que tive o privilégio de viver na infância é gratificante. O paulista com sangue sertanejo aprecia a caatinga onde nasci. Cavalgar, nadar, enveredar pela caatinga, participar da lida do gado, colher umbu no pé, rir dos causos, ouvir as “estórias” de assombração no alpendre, comer as delícias do fogão a lenha, vislumbrar o céu estrelado, dar a bênção ao levantar-se, na hora de dormir, na chegada e na partida...

Nossas férias no sertão foram marcadas por experiências tão diferentes de sua realidade urbana. Todos ficam admirados com seu jeito “desenrolado.” Ele encantado com o rastro da onça, do guará e da raposa. Lá no terreiro de vozinha, o camaleão no juazeiro, o tiú, a cobra passando pelo caminho da roça, os pássaros fazendo festa no amanhecer e entardecer ...as cavalgadas pelas veredas do sertão. Num ambiente que para muitos é hostil, ele estava em casa. Como diz meu tio: “está na essência”

Arthur tomou banho de chuva numa tarde da viagem. Que entrelaçar de memórias e sensações, da mãe e do caçula. O cheiro da água molhando a terra, o sorriso dos sertanejos com essa bênção e a alegria contagiando as casas, as ruas, os sítios e as cidades. Embora cada filho tenha sua singularidade, nossos traços neles revelam semelhanças. Nesse momento registrado, eu fiquei emocionada em reconhecer meus traços no caçula. Essa imagem retrata uma conexão de alma de gerações.

IMG_20240124_202637_012.jpg
Viva as águas das saudades que somos

publicado às 20:09

As crianças e o sertão

por Ivone Neto, em 06.01.17

Nossas férias foram no sertão pernambucano. Visitar meus avós, bisavós dos meus filhos. Meu pai e tantos tios e primos, é sempre uma conexão recheada de amor. Mochila nas costas, minha Isa na mão esquerda e Arthur na direita. Estradas, chegadas, partidas. Encontros e despedidas no roteiro da minha infância, que também enlaçam a infância dos meus filhos.

Férias curtas e compridas, vastas em alegrias, amor e gratidão. O cenário tão diferente do habitual dos meus pequenos e eles mergulharam nesse ambiente brincando em árvores, no terreiro de pedras, na liberdade de correr sem obstáculo pelo “grande quintal”.  Brincaram com os cachorros do sítio e fizeram amizades com as crianças. Encantaram-se com a fogueira no terreiro e com o céu estrelado. “mãe consegui ver a constelação”. E tem um trio brilhante de estrelas. Sim filha, as Três Marias que tanto amo. E voltamos com a bagagem cheia de memórias para cultivar saudade feliz.

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No Umbuzeiro, na sombra, a flor, o fruto, a brincadeira no sertão

 

publicado às 09:38


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