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Entre corres e pausas, dores e afetos

por Ivone Neto, em 19.09.23

Fico pensando que se o dia tivesse 48 horas, ainda assim teríamos a impressão de que faltaria tempo para todas as atividades, tamanha é a carga das nossas demandas. Sufocadas pela rotina sobrecarregada muitas mulheres estão sendo afetadas pelo burnout. Chegam no esgotamento mental que adoecem. Eu já conversei com tantas mães e notei pelo olhar, fala e gestos, o cansaço exalando. Muitas falando da culpa que sentem por não conseguirem realizar tudo. Conciliar esse mix é complicado e vamos sendo corroídas por medo, culpa, estresse...

Quantas mães depois de enfrentar uma noite mal dormida se levantam cedo para levar a criança na creche e seguir para o trabalho, mesmo o corpo pedindo sono e descanso? Quantas delas são sozinhas nessa tarefa da educação e cuidado com os filhos? Algumas porque realmente não tem companheiro e outras que, mesmo tendo, não contam com essa participação. Salvo algumas exceções, ser Pai é menos árduo que ser Mãe já que o peso maior está em nossos ombros, aliás, em todo corpo.

Uma das situações que vivi retrata bem o que muitas de nós passamos. Certa vez, o ramal da minha colega de sala do trabalho tocou e eu atendi, avisei ao superior do outro lado da linha que ela chegaria mais tarde por conta consulta de pré-natal. Fui levar o contrato do imóvel que ele solicitou e ao me aproximar ouvi sua fala com o outro diretor: “é assim na gravidez, quando a criança nasce é licença e depois vem pediatra, criança que adoece e outros etcs.”

A funcionária a que ele se referia marcava suas consultas no primeiro ou último horário do dia para atrapalhar o mínimo possível o expediente. Quantas mulheres são discriminadas na busca por emprego pelo fato de serem mães? Eu já trabalhei com muitas mães em equipes e nunca conheci profissionais mais comprometidas. Quantas mães não contam com rede de apoio e acabam abandonando seus projetos?

Existe uma pressão de que é função da mãe ser essa “mulher maravilha.” Nos cobram êxito em tudo. Não sei vocês, mas eu não dou conta de ser esse algoritmo da perfeição. Há uma cobrança algoz para sermos excelentes na profissão, na maternidade, nos padrões de beleza, para estarmos sempre exalando felicidade e etcs. Até um robô daria pane com tanta coisa. O sistema entraria em colapso!

Para não colapsar na minha agenda tenho estabelecido pausas dentro dos corres. Atualmente eu tenho o privilégio de trabalhar mais próximo de casa e flexibilidade no expediente. Na pauta tenho trabalho, casa, escola, futebol do caçula e as variáveis que surgem no caminho. O desafio é intercalar o meu cuidado dentro desse enredo. Tenho me esforçado para ampliar as frequências da caminhada, momentos para ler, idas ao clube de livros e o encontro mensal com amigas, sem marido e filhos. Ainda que eu falhe porque imprevistos acontecem, minha meta contínua é ter disciplina com o meu essencial tempo.

E você tem se colocado como prioridade? Sei que é difícil, principalmente para a maioria de nós mulheres/mães. Diante de tanta falta, ser presença para si é um ato de coragem e uma conquista de poucas, mas não deveria ser assim. Esse meu momento de escrita, por exemplo, é uma pausa sagrada para registrar essas percepções que pipocam aqui dentro e que sei são vivenciadas por tantas. Cada uma com seu diferencial, vamos nos encontramos nessa pluralidade da partilha de dores e afetos.

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Os passos que rezam e as folhas da caminhada

publicado às 20:18

Tempo maturidade do vinho

por Ivone Neto, em 26.07.23

Já escrevi no meu Blog Maternidade sobre o tempo da mãe, relatando sobre o encontro do Clube de Leitura que participei na Martins Fontes na Paulista. A corrida agenda maternal acaba por nos afastar de nós mesmas, em diferentes ciclos. No puerpério então, muitas de nós passamos por momentos de extrema solidão. À medida que os filhos crescem, acabamos priorizando a rotina de atividades das crianças. Ainda assim, iniciar esse processo de resgatar o nosso tempo é prioritário também.

Como nos colocar como prioridade? Com quem ficar os filhos para uma saída com amigas? Conseguir esse espaço para um café ou qualquer outra atividade é um desafio. Quando nos reunimos com outras mães para partilhar experiências, observo algumas semelhanças mesmo diante das diferenças do contexto de cada família. E se tem um aspecto que todas abordam com frequência é o quanto esses encontros são importantes. Muitas falam da emoção de sentir-se acolhida nesses momentos de troca.

Para muitas mães ter uma rede de apoio é apenas um sonho longínquo. Conheço algumas que tem e tantas outras que não. Já ouvi até que nossa “obrigação” é mesmo ficar em casa cuidando do lar e das necessidades das crianças: “quando eles crescerem, aí sim pode voltar a sair.” Reflita sobre o tanto que essa fala retrata. Sofremos pressão de todos os lados que nos afligem com culpas e cobranças. Desdobramo-nos em várias para tentar dar conta de tudo e não nos incluímos nesse roteiro. Até adoecermos pelo excesso. Quantas de nós gritam exaustão pelos poros?

Ando refletindo muito sobre o peso que carregamos. Falo no plural porque tenho amigas, cada uma com seu diferencial, caminhando nessa estrada árdua e aprendiz que é a maternidade e seus entrelaçamentos. Ser escuta me ensina tanto. Às vezes, nada precisamos dizer e no silêncio nos compreendemos. Em outras damos sim vozes aos nossos anseios, dores e relatos, compartilhando nossas vivências, respeitando nossas singularidades.

Contar com pessoas nas quais confiamos e comungamos afeto é uma bênção. Na maturidade vamos refinando as relações e se uma certeza, das poucas que tenho, é de que os meus laços afetivos são raros e sagrados. Gratidão Meninas pela noite de ontem, pelo vinho, risos, lágrimas, escuta, histórias, abraços e tantas sensações que não há palavras capazes de descrever. E sim, eu vou cada vez mais priorizar o tempo da proximidade dessa Mãe Maria.

E sim eu bebi o vinho e apreciei! Até a próxima taça!

tempodovinho.jpg
Iniciando a caminhada na maturidade do vinho

publicado às 13:20

O tempo da mãe

por Ivone Neto, em 08.04.23

Em março, mês do Sol em meu signo, não consegui escrever em meu Blog Maternal. E olha que o mês foi longo e intenso. Já estou em um novo ciclo e ainda que desfolhada nesse inicio do outono, com tantas reflexões pipocando pelos poros sensoriais, pelos sonhos que afloram passagens de outrora me convocando a revisitar acontecimentos que talvez eu precise ressiginificar ... o cotidiano caminha, com as atividades rotineiras e outras que surgem. Imprevisto na agenda de mãe é recorrente e muitas vezes no plural.  E o tempo da mãe?

Sim, sentimos falta do nosso tempo. E precisamos dele. E quero registrar aqui que eu consegui reservar um tempo em março para participar de um encontro que amo e me esforçarei para ampliar essa participação. Clube de livros, um espaço para partilha da fertilidade que o livro é capaz de cultivar. E que precioso foi o “clubão” com a Tatiana Lazzarotto sobre seu ímpar Quando as Árvores Morrem. O evento aconteceu na Martins Fontes da Paulista, no mezanino cercado de livros, sorrisos, vinho, lágrimas, brigadeiro, falas e sensações que seguem palpitando. Sobre luto, vida, morte, memórias e o que se torna eterno. Leiam!

Na calçada em frente à livraria, embaixo da árvore que lá resiste, eu fiquei contemplando as luzes da Paulista e me agradecendo por ter me permitido esse momento. Demorei-me ali instantes sagrados de um abraço enquanto meus olhos marejados passeavam pela paisagem. Meus passos rumaram para casa com o coração repleto de gratidão. O céu da noite tinha estrelas longínquas que minha visão turva ainda enxergava. Tenho esse hábito de janelas, as de carros, metrô, ônibus, consultórios, casa e onde quer que eu tenha a sorte de encontrá-las.

Mãe precisa de sua janela de tempo. Por mais que tenhamos tantas demandas dos cuidados maternais e tantos outros, precisamos nos cuidar também. Um encontro com nossa companhia, para ouvir uma música, ler um livro, ver um filme, escrever, cuidar das plantas...ou um café com amigas, um clube de livro, aquilo que você curte. Isso nos faz falta sim. Esse distanciamento daquilo que apreciamos nos prejudica. E isso não nos fará menos Mãe. Por mais difícil que seja ter uma rede de apoio, eu prometi que a partir desse giro do Sol em meu calendário é chegada também a hora de me reencontrar.

tempodamae.jpg
Sábado, manhã de outono, eu escrevi ouvindo canções que amo. Meu tempo.

publicado às 12:24

O diferencial do parabéns

por Ivone Neto, em 26.02.23

Na agenda das mães, as festas infantis figuram no calendário de todos os anos. Aniversários de primos (as) e amigos (as). Do simples bolo em casa aos eventos em salões de festas ou buffet, vamos colecionando encontros desses momentos especiais. Nem sempre conseguimos realizar uma festa e convidar todas as pessoas das nossas relações, em alguns anos já substituímos por experiências, o que tem se tornado frequente para muitas famílias.

“Faz nem que seja um bolinho em casa para não passar em branco.” É uma frase que já ouvi bastante. Celebrar a vida para renovar o renascimento anual é inspirador. Aliás, nem que não seja na data específica, quando definimos um dia para o parabéns e chamamos pessoas queridas para festejar conosco, anunciamos um novo ciclo. Dependendo das circunstâncias nem sempre isso é possível e explicar o motivo é importante para que eles vão aprendendo sobre prioridades e escolhas.

Ontem foi dia de festa de amigos, uma dupla de irmãos de fevereiro que muito estimamos. Observando a foto da Bia pequena no quadro, eu fiquei lembrando outros aniversários dos dois que já participamos. As meninas pulando corda, os meninos jogando bola. E outras brincadeiras das meninas que não cansavam de brincar. Os meninos jogaram tanto, que imagino que alguns estejam como meu Arthur está hoje, exausto. Ele que nunca para, que nunca dorme durante o dia, está num sono profundo.

Programar uma festa com brincadeiras que façam com que todos participem é uma maneira de transformar a comemoração em uma data inesquecível. Contratar monitores para realizar as atividades da festa é uma estratégica que auxilia os pais e convidados a também curtirem o aniversário. Ontem fiquei observando as crianças brincarem e pensando que vale o esforço para reuni-las e cultivar essas memórias. O tempo anda ligeiro, mudanças acontecem e logo mais a comemoração terá um novo roteiro.

Fiquei refletindo sobre as festas que já fiz em casa, com muitos correndo pela sala, brinquedos espalhados por todos os cantos, bexigas estouradas, riso e choro na hora das tretas, sim porque eles brigam também, das chegadas e partidas dos convidados, dos bolos e temas, das lembrancinhas, dos churrascos e da alegria na hora de cantar os parabéns. Os presentes nem existem mais, já foram todos doados, mas tenho certeza de que na memória deles e nossas, a presença de quem veio ficou marcada. E presença é o que faz diferença em nossas vidas.

arthur4anos.jpg
um retrato de saudade. Aniversário Arthur com a família reunida. 2016aniversario2022.jpg
2022: Aniversário Peaches, Damian, Arthur e Bruna. Gerações reunida

publicado às 17:18

As roupas e os traços da Bruna na Isa

por Ivone Neto, em 14.08.19

Essa blusa que ela está usando foi da Bruna. A Isa está crescendo e selecionou alguns itens de roupas da irmã que eu não deveria doar, para ela usar no futuro. O guarda roupa quase vazio, retrato de desapego. É que tenho também minhas agonias, e uma delas é ver coisas paradas, sem uso. A energia precisa circular. O presente que foi o futuro cogitado no passado está chegando mais rápido do que eu previa. Coisas de mãe, talvez, pensar nessa passagem do tempo assim, quando observamos essa transição. A Isa já tem espinhas. Algumas peças da Bruna já servem nela. Ah os minutos do relógio não param, ou, como preferimos contar, as fases lunares se sucedem. Estamos na Lua Crescente do Arthur. Sim cada um dos meus filhos tem sua Lua e meu marido diz que essa é uma das minhas loucuras. A Isa sente muita saudade da irmã que há mais de 3 anos mora longe. Muitas vezes pego ela olhando a foto delas juntas e vejo seus olhos lacrimejando. Sinal de ternura. A saudade também dói. Outras semelhanças engraçadas: A Isa conversa no banho, como a Bruna. Ela também brinca sozinha de professora com suas bonecas e fala que fala. E anda ficando “enjoada e demorada” para se arrumar e o pai diz: “Ai minha Santinha, tá parecendo a Buda”. E sei que ele fala isso também exalando saudade e carinho. Hoje é um daqueles dias que eu acordei com muitas saudades da Buda e de outros personagens que amo. A distância e a proximidade caminham juntas no meu coração.

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Traços entrelaçados de amor das irmãs Terra & Água

 

publicado às 11:19

Amizade enlaçando o tempo

por Ivone Neto, em 15.01.19

Eu e Zilda nos conhecemos desde menina. Somos amigas conterrâneas e o nosso laço vai além da terra onde nascemos, ultrapassou fronteiras e gerações. Nos reencontramos aqui em São Paulo há aproximadamente 14 anos atrás. Eu já mãe de uma moça, ela de dois meninos. E veio a gravidez da minha Isa, minha segunda gestação e em seguida foi a vez da Julia, para completar a tríade da minha amiga. E eis que também completei minha tríade com meu elemento surpresa menino. E adivinha quem foi uma das primeiras pessoas que soube da minha terceira gravidez e acertou em cheio que seria o caçula Arthur? Ela mesma, a querida Zilda me disse assim que a comuniquei por telefone. Fiquei com a ligação gravada na memória coração. E o tempo segue registrando nossos encontros. E eu sou muito grata por ter personagens assim para compartilhar as estações da vida.

A Isa e Julia já estudaram na mesma escola, moraram no mesmo bairro e hoje, em bairros e escolas distintas, seguem amigas. É tão sublime observar a sintonia dessa amizade. Como elas brincam e se divertem juntas. Seguiremos compartilhando nossas histórias. É laço bênção: amigas mães e filhas!

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publicado às 14:42

Mãe porque o Arthur recebe mais atenção que eu?

por Ivone Neto, em 05.10.15

Cenário: Isa em seu quarto brincando sozinha. Arthur assistindo desenho na sala ao lado da mamãe no sofá. Hora do dengo, do sono, do cafuné. De repente desce minha magrela, chega perto e indaga: mãe porque o Artur recebe mais atenção que eu?

Confesso que seu questionamento me pegou desprevenida. Coloquei-a no meu colo e expliquei que ele é menor e por isso demanda ainda mais cuidados como ajudar a escovar os dentes, ir ao banheiro, ainda toma mamadeira e etc. Ela só me abraçou e disse: “tá bom mãe, vou lá brincar, depois você vai no meu quarto?”

Alguns dias ela dorme primeiro que ele e tenho perdido esse tempo da leitura, esse momento de ficar um pouco com ela em seu quarto para conversar e brincar. Quando a própria Isa percebe que o sono está vindo forte me chama: “mãe vem rezar comigo, já vou dormir”. O Santo Anjo do Senhor é sagrado todas as noites. Eu rezo e ela também.

Depois de sua pergunta tão incisiva tenho procurado deixar o Arthur na sala com o pai e ir até seu quarto antes do sono profundo, ou de trazer a Isa até meu quarto e ficar com ela ao lado, no colo, brincando, lendo, inventando estórias ou até cantando sua canção de ninar, até ela começar cochilar e eu a conduzi-la até seu aconchego.

Não é tarefa fácil equilibrar o tempo dedicado para cada filho. Nem sempre consigo, mas continuo tentando. Tem dias que eu também só queria ter uns 30 minutos só meu.tododiaediadeler.jpg

publicado às 19:52

A Isa inventando moda e a Bruna aprendendo lições

por Ivone Neto, em 05.02.10

Ela já quer escolher a roupa, o sapato, a sandália. A Isa é incrível com seu 1 ano e sete meses. Observa, fala, faz graça e até já inventa moda. Agora deu para colocar um sapato no pé e no outro uma sandália. Ou dois sapatos diferentes. Um diferencial da Isa que tem seu jeito único. Essa menina das águas é mesmo um encanto.

Está fervendo o calor em São Paulo nesta 1ª semana de fevereiro e ela só quer ficar na água. O banho refresca, relaxa e é um mundo a parte da Isa no qual ela brinca e sente com profundidade as sensações do contato com seu elemento. As vezes fico olhando demoradamente para ela brincando e lembrando que há pouco tempo ela estava mamando. O tempo passa e é precioso aproveitar cada etapa do desenvolvimento da criança.

E como as crianças nos ensinam. Elas vão crescendo a cada dia e aprendendo continuamente. Quando nos surpreendemos com uma coisa ela já inventa outra. É um processo criativo inspirador. Deveríamos nos espelhar mais no universo infantil e absorver com sua evolução a imensa capacidade que temos para criar e evoluir.

A Bruna também está numa fase de descobertas e aprendizados profundos. Admiro muito a forma como ela escreve sua leitura dos acontecimentos de forma tão verdadeira. Tudo tem um propósito, os livros, as decepções, sua recente paixão e interesse pelo mundo animal despertada pelos programas da National Geographics e BBC.Ler os textos dos seus Blogs é sempre emocionante. Acompanhar suas lições e fazer parte de sua caminhada é muito valioso.


Agradeço muito a felicidade de ser mãe. Obrigada minhas filhas, estrelas de minha vida.

publicado às 23:34


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