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Meu Blog Maternidade. Aqui vou registrando meu aprendizado do cotidiano de mãe. Minhas percepções, desafios, emoções, acontecimentos e sensações únicas da minha jornada maternal. Tenho duas filhas e um filho, três sementes, frutos, presentes AMOR
Um roteiro conhecido de muitas mães e pais que tem que se contorcer de muitas formas para atravessar essa fase. Nosso ano letivo tem duas férias anuais e nem sempre as dos pais coincidem com esses períodos. Não é fácil contornar essa ausência e nem sempre temos condições de programar passeios ou viagens. É um privilégio poder tirar uns dias de folga enquanto eles estão de férias escolares.
Eu digo isso aos meus porque conheço muitos pais que sequer tem recursos financeiros para uma ida ao teatro, cinema ou até um parque. Uma viagem de férias é um sonho nem sempre possível de realizar. Para uma parcela significativa da população falta até o básico. Muitas mães que dependem de creches e escolas tem que recorrer a parentes e amigos nas férias para driblar as dificuldades.
No meu caso, ainda passo sufoco nas férias escolares, mesmo hoje tendo como programar melhor minhas pausas. Eu já ouvi dos meus: “mãe porque você não é professora para tirar férias junto comigo?” É uma equação complicada para os pais que tem que se dividir e tentar alguma programação diferenciada, nem que seja na cidade onde moramos.
Para quem pode viajar tudo fica mais caro nessa chamada alta temporada. Amarrar as férias apenas para julho e janeiro é um padrão que encarece e sufoca. Ano passado eu viajei em abril e o valor ficou muito mais acessível do que se eu tivesse ido em julho. Como a viagem foi programada com muita antecedência tive como negociar com a escola a reposição dos trabalhos. Na chamada baixa temporada as rodoviárias, aeroportos e outros lugares não ficam lotados como na alta, além de outros benefícios.
Aqui em São Paulo temos muitos atrativos e nem sempre conseguimos aproveitar. Uma boa dica são as atividades das unidades do Sesc que oferecem atrações esportivas, de lazer e culturais. Sempre tem uma programação especial de férias. Programas como o Recreio nas Férias, que acontece em Osasco, e que dá oportunidade para muitas crianças realizarem atividades de lazer nesse período, são excelentes iniciativas.
O clima das férias nem sempre é ensolarado. Em pleno janeiro chuvoso e até frio nesses dias aqui em São Paulo, um dos meus filhos, o caçula de 10 anos, está passando férias no sertão de Pernambuco, no sítio de sua bisavó, na companhia dos meus tios e primos. Além de ser uma experiência enriquecedora por tudo que ele está vivendo lá, é uma estratégia que me deixa segura em saber que ele está se divertindo na presença de pessoas que estimamos muito. É a primeira vez que ele viaja sozinho para tão longe. Ciente de que a saudade também ensina já estou pensando na programação das próximas férias.
Com esforço vamos tentando por aqui construir memórias afetivas das férias. Oxalá mais famílias consigam viver experiências valiosas nessa e em outras fases da vida. Todas as etapas maternais têm elementos árduos e aprendizes. Ser Mãe é um exercício dolorido e incrível.
o Menino no sertão
As últimas semanas foram intensas. Novembro emendando com dezembro reservou muitas emoções no calendário dos dias que seguirão se perpetuando nas memórias afetivas. Há anos eu não chorava tanto. Estou tão agradecida por ter cumprido minha maior missão do ano. Visitar minha filha e conhecer minha neta e sua família de lá foi um grande presente recheado de tantos abraços, cheiros, risadas e lágrimas. Eu escrevi um caderninho com gotas de lágrimas pingando, sentido o sal do mar escorrendo em minha face como chuva das gotas de orvalho. Em silêncio, depois da escrita, eu contemplava o amanhecer da janela da cozinha enquanto eu fazia o café. E nela se descortina um mar de saudades.
Se tem um sentimento que marca minha jornada maternal é a saudade. Tenho uma filha que mora distante, fazia 3 anos e 6 meses que não nos víamos. Ah sentir seu cheiro e vê-la mãe da Peaches foi uma bênção. Quanta alegria. Observar a alegria da minha Isa, a filha do meio, na companhia da irmã mais velha, conversando, aprendendo, rindo e chorando juntas...cenas que ficarão gravadas para sempre em meu livro coração. As palavras embargavam e a escrita, como sempre, me ajudou a registrar nuances do que senti. E o caderno vivo permanece com novas páginas a serem escritas. E eu cheguei chorando no reencontro com meu caçula e com a missão de ler a carta para o Pai. E na leitura compartilhada, entre soluços, pausas e abraços de todos, a casa foi agraciada com a pureza dos sentimentos que lavam e tocam a alma.
Gratidão ao Sol que brilhou, a neve que caiu, a chuva que molhou a terra e se juntou ao rio de lágrimas das emoções fortes que transbordam. As lembranças tão vivas ardem no cotidiano. E daqui do hemisfério Sul emano calor para o frio do Norte, numa fogueira de saudade que retrata a fortaleza do Amor que nos une.
a grandeza do Amor dessa imagem é indizível. É coisa do sentir!
“Mãe bem que você poderia ser professora, até leva jeito” Diz a Isa. O jeito que ela cita na frase é que ela diz que sei explicar história quando estudo junto com ela nas provas e que adoro ler. Outro motivo pelo qual ela deseja que eu atue como professora é para sair de férias junto com ela e seu irmão. Sim, eles estão no plantão de férias na escola e eu estou trabalhando nesse longo julho. E costumo trabalhar também nas férias de janeiro. Esses dias ela voltou na mesma tecla: “mãe ainda dá para você estudar e ser professora? Seria tão bom ficar com você nas férias”
Assim como eu, muitas outras mães ficam de cabelo em pé nesse período. Quem não trabalha, consegue fazer uma programação semanal, vai viajar, afinal, eles ficarem só em casa é entediante. Tem outro fator complicador. Viajar em período de férias é mais caro. Quando não há outra possibilidade precisamos pesquisar bem o destino e atrações. Nos feriados também o valor é diferente, o que é bem injusto. Eu tenho fugido desses períodos, preferido viagens mais curtas e fora da chamada temporada. Dá para aproveitar melhor, gastando menos.
Nas férias passadas, sem o plantão de férias na escola, foi bem difícil. Um dia aqui, outro acolá. Encontrar alguém de confiança para ficar em casa não é tarefa fácil. Foi grande meu alívio ao saber que nesse mês de julho teria plantão de férias na escola. Com atividades recreativas que eles estão adorando. Até minha Isa, que pela primeira vez ficou, está apreciando as comidas, brincadeiras, gincanas e terá até passeio externo. E para diferenciar um pouco, essa semana, eles terão o dia de folga do plantão, em casa, com uma tia mais que especial.
E assim vamos desenhando o enredo das férias. Logo mais teremos que planejar a programação das próximas. 15 dias já tenho programado. Ah e sobre ser professora, é um grande elogio da minha Isa saber que na sua percepção eu levo jeito para essa profissão que tanto ADMIRO!
No Ibirapuera, parque que estimo muito
Nossas férias foram no sertão pernambucano. Visitar meus avós, bisavós dos meus filhos. Meu pai e tantos tios e primos, é sempre uma conexão recheada de amor. Mochila nas costas, minha Isa na mão esquerda e Arthur na direita. Estradas, chegadas, partidas. Encontros e despedidas no roteiro da minha infância, que também enlaçam a infância dos meus filhos.
Férias curtas e compridas, vastas em alegrias, amor e gratidão. O cenário tão diferente do habitual dos meus pequenos e eles mergulharam nesse ambiente brincando em árvores, no terreiro de pedras, na liberdade de correr sem obstáculo pelo “grande quintal”. Brincaram com os cachorros do sítio e fizeram amizades com as crianças. Encantaram-se com a fogueira no terreiro e com o céu estrelado. “mãe consegui ver a constelação”. E tem um trio brilhante de estrelas. Sim filha, as Três Marias que tanto amo. E voltamos com a bagagem cheia de memórias para cultivar saudade feliz.
No Umbuzeiro, na sombra, a flor, o fruto, a brincadeira no sertão
Toda viagem envolve uma série de fatores. Uma delas é o transporte. Quando viajamos de avião com crianças, em especial, quando elas são pequenas, é preciso tentar amenizar o estresse, se é que é possível. Recentemente viajei de avião com as crianças. A Isa que já tem 6 anos foi tranquila. Já o Arthur que tem 2 anos, ficou muito tenso com os procedimentos de cinto do avião na decolagem e pouso, além do incomodo do tempo de voo de mais de 3 horas. Elas divertiram-se muito na praia e piscina, brincaram e curtiram o calor do Nordeste. Viagem curta e rápida para comemorar o aniversário da Isa. Sim, trocamos a tradicional festa por um passeio de 3 dias em Fortaleza. Retornamos ao frio do Sudeste. Todos exaustos. A semana foi cansativa, principalmente, pelo peso do sono atrasado. E apesar do cansaço, a sensação de realização da promessa cumprida é reconfortante.
Agora, para a próxima viagem de avião com mais de 1 hora de vôo, só quando o Arthur crescer mais...muito mais...
Férias de verão com calor de derreter. Fiquei 2 semanas em casa com as crianças. Aproveitamos a piscina e brincamos muito no quintal. Voltamos ao trabalho no início de janeiro e as crianças para o plantão de férias na escola.
Depois da primeira semana no ritmo 2014, a Isa chegou com seu olhar inquietante e questionou:
Mamãe porque ninguém está na escola e eu estou?
Mamãe minha amiga viajou. Nós não vamos pra praia?
Coloco-a no meu colo e explico. Você está na escola do plantão de férias porque mamãe e papai precisam trabalhar. Não podemos viajar 1 semana, ficar muitos dias fora, mas, como você ama tanto a praia, estamos planejando 1 final de semana. Sábado e domingo.
Os olhos dela brilham e ela pergunta:
Mamãe, amanhã já é sábado? Pode separar o biquíni?
Não Isa. Faltam 2 dias. Passa rápido.
Ela pula do meu colo e sai correndo. Diz pro Arthur:
Tutu nós vamos pra praia pular onda. A Isa vai te ensinar.
O papai não gosta de dirigir a noite. Saímos próximo da claridade do dia raiar. A Isa acordou animadíssima. A Bruna também no seu final de semana de folga do mês. Na estrada observei os raios do Sol saudando a manhã. Entre cochilos e sorrisos a Isa seguiu viagem, perguntando aqui e acolá, já está chegando? O Arthur entre manha, choro e cantigas de roda para distrair. Enfim chegamos. A Isa já saiu do carro correndo pra piscina. O Arthur também. Sagrada água que nos refresca.
É sempre impressionante o encontro da Isa com o mar. Retrato de comunhão.
E o final de semana teve cheiro de mar, sensação de brisa, paz da montanha, canto dos pássaros, borboletas, beija-flor e alegria aflorando múltiplos sorrisos.
Eu e minha família fizemos uma viagem rápida para visitar meus avôs no sertão pernambucano em junho. Meu marido estava preocupado com a Isa, nossa pequena. O receio era de que ela estranhasse muito já que é bem apegada com seu canto.
As crianças têm o dom de nos surpreender e a Isa foi surpreendentemente maravilhosa durante os 5 dias que estivemos longe de nosso lar.
Ela brincou com outras crianças, correu no terreiro atrás das galinhas, divertiu-se em cima do carro dos estudantes na estrada cheia de pedras, adorou o pequeno carneiro no curral, ficou admirada, nem sequer piscava olhando meu tio tirar leite da vaca, caiu, arranhou-se, levantou e continuou brincando. No ambiente sadio, alegre e carinhoso ele só podia se sentir mesmo em casa na casa da bisavó e do bisavô que ficaram muito felizes em nos ver.
Na casa da tia-avó Maria ela descobriu como um galão pode se tornar um interessante brinquedo, que doce é a água de coco, tinha até a uva que ela adora, mas, o que realmente a fascinou foi à grandeza do terreiro com espaço de sobra para ela correr descalça. Essa impressionante cena da Isa correndo feliz por todo o lado é memorável.
São momentos como esse que ficam gravados na memória coração. O encontro das gerações aconteceu num clima de muito amor e deixou aquela saudade feliz com gosto de quero mais.
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